sábado, 9 de junho de 2012

os dois grandes cineastas da Praia.




Um tipo outrora escreveu que o Wong Kar-Wai conseguiria captar o mais iluminoso romantismo numa loja do McDonalds. Pois o Rohmer não lhe fica atrás, e de certeza que seria o único a ir para as praias da Caparica em Agosto, atravancadas de ancinhos, bebés chorões, mamas descaídas até ao peito, cães, e lancheiras, e daí realizar a mais pura das solaridades cinematográficas. Ver uma praia nos filmes deste homem é um dos prazeres garantidos nesta vida; não é preciso 4d para se quase sentir o cheiro a sal. Além do mais, consegue outra proeza nada dispicienda, que é a de tornar as mulheres em bikini em seres humanos com os seus humanos problemas e desejos, e não meros pedaços de pão para as minhas perfídias sexuais. 

Nos filmes de Kitano, as praias estão sempre vazias. Mesmo quando está por lá gente, as praias continuam vazias. O mar invariavelmente encrespado, as praias sujas ou rochosas. Não há mulherio em bikini (está todo em estúdio, de farda colegial, a foder com polvos, a vomitar, a comer diarreia e a lamber o cú a cães, no mais idiossincrático porno mundial)  ou homem em shorts justos para chamar a atenção das mulheres de bikini. Apenas um espaço de contemplação, de sentimentos e de jogos suicidas. Portanto, em Portugal, para Takeshi seria recomendável a praia da Adraga em pleno Inverno.

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