Os talibans do futebol miudinho do Barça e da selecção espanhola fazem-nos crer que aquilo acontece de forma maquinal, fruto de meros engenhos tácticos e de pré-disposições espirituosas, descartando quase por completo o elemento "talento". Ora, como se viu ontem na selecção argelina, a emulação de tal futebol necessita mais do que nunca de mestres; por melhores que sejam, o Ribery não é o Iniesta, o Benzema não é o Messi, o Nasri não é o Silva e o Cabaye tão pouco o Xavi. Somado a isto, há a natural dificuldade em ultrapassar duas linhas de onze lagares de vinho* plantados em frente da área. Lagares que, embora já desprovidos do seu reliquiário "pontapé para a frente e corram, seus filhos da puta!", continua a mesma pobreza de sempre, com o seu catennacio dos pobrezitos. Desprovidos das suas duas melhores garrafeiras, pouco superiores são aos seus etílicos vizinhos.
* sobretudo o Milner. Aquilo é menino para para mamar quarenta ovos estrelados e duas bagaceiras ao pequeno-almoço.
Em 2000, houve obras no sotão da casa. Um dos serventes era da terra do ex-celeiro da CCCP, de seu nome Boris, e que na sua terra natal era Engenheiro Agrónomo ou coisa parecida. Ás oito da matina lá ia ele para o sotão, já abastecido de Sagres e de um rádio munido de canções tradicionais da Ucrância. Um delírio. Entre outros assuntos de enorme importância, como saber se a pila do Dovzhenko era maior que a do Monteiro, falava-se de bola e do Shevchenko, o na altura grande jogador do ex-celeiro. Doze anos depois, não sei do Boris, mas o Shevchenko continua a ser o herói futebolístico da terra. Metido numa maca e a soro, seria titular a brincar, por exemplo, na equipa dos vinhedos ou naquela outra em que joga o "melhor jogador do mundo". Bom tipo, o Boris. Talvez se tenha tornado agiota na máfia ou ainda pior, no Goldman Sachs.
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