segunda-feira, 31 de março de 2014

mestre Costa ensina-nos como se faz







Inglorious Basterds sem:

-mortes
-escalpes cortados
-Hitler
-película de 35 mm
-cinema
-Goebbels, Bormann, Fredrik Zoller, Goering
-Lea Seydoux
-leite
-cachimbos
-sapatos
-facas
-soalhos
-tacos de basebol
-revisionismo
-lábios com baton
-bombas-relógio
-vestidos vermelhos
-Julie Dreyfus a apanhar no cu
-cigarros a voarem em slow motion
-cerveja e whisky
-"Tarantino shows us again his complete lack of ethics of images and decorum. C' est un question morale!"
-e por aí

Chefe Michel ('inda é vivo?) tem a palavra


Fincher com Ventura, e Costa com 200 milhões no bolso

I go and see films by my colleagues and I don't see this promise. Even Fincher. Which is a shame as he is the one who is connected to reality. I saw the girl, I saw the motorcycle, I saw the tattoo, it's all right. It's a bit too fancy, too chic maybe, but I understand. There's the iPhone, the sex, the loneliness. It's three hours because there's a guy killing girls. Why not just have no-one killing anyone and having a girl with a motorcycle? Can he do this? I think he can. I sent a message to his DP who I know very well. I said, “Avoid the killings. Three hours without the killings. You can have the Bond guy. Let's set it in Sweden for the yellow light. You can have the editor, the lover, the challenge between young and old, bodies coming together. I understand those fetishes. Let's avoid every single murder, killing, weapon. That's the challenge.” 



Empire (1964), Andy Warhol. 


Pepsi Challenge




os membros deste blogo, após troca de ideias durante três segundos, chegaram à conclusão de que preferem o filme do Lang.
Só ontem numa tasca é que dei conta que o Daney não chegou a assistir ao Schindler's List. Homem com sorte.

Sabato 234567 x Dom Casmurro 3456


Tinhas mãos para isto, Cluzet?

Muito me ri eu a ver o L'enfer chabroliano. Passando os olhos por algumas críticas ao filme, estão lá as costumeiras referências á "psicologia destrutiva" do ciúme, à sua "violência predatória", às "torrenciais emoções" da obsessão, essa cangalheira toda. Por outro lado, nem uma notazinha que seja sobre o circo de gargalhos que por aqui vai, pois é disso que se trata, e sendo Chabrol um grande humorista (basta ver Landru) queremos acreditar que nada disto seja involuntário. A tal "psicologia destrutiva" e a "doença" são no corpo e gestos de François Cluzet de ir ás lágrimas, com tiques e expressões cada vez mais ridículas e burlescas no decorrer dos seus delírios controleiros. Que a Emannuelle chore a ver tais despropositados jeitos, ainda mais nos alegra de tanto contraste. Imaginamos isto na mão de um Haneke e borramo-nos de medo. Belíssima comédia dos ciúmes.

até que a morte vos separe, meus filhos. literalmente.


College não será das obras-primas do senhor Keaton, mas é um dos seus filmes que mais exemplarmente demonstra o seu posicionamento sobre "algumas das questões mais importantes da vida", como o casamento. Durante uma hora anda a tentar impressionar, através de provas atléticas, os encantos da sua amada, falhando uma e outra vez e ainda mais outra. Esforço, perseverança, quedas, tudo isso que sabemos dele. Depois, num último sopro de resistência corporal, ganha tudo por portas travessas e salva a sua querida dos mauzões. Os últimos momentos do filme são sucessivas elipses de sessenta anos em dezena de segundos, mostrando toda a miséria quotidiana que se seguiu a tanta labuta. O fora de campo dos happy endings. As notícias que dão conta do cinismo de Buster são manifestamente justas.

máquinas (2)



Mário Jorge Torres, sobre Éloge d l'amourno Público.


            

máquinas (1)


Mark Cousins: Portanto, a câmara também celebra a alegria da personagem?

Stanley Donen: Mas qual câmara? O que celebra é a minha mão na câmara. E o que está à frente dela. A câmara não tem vida. Faz o que eu lhe mando.

Não me lembro das palavras exactas, mas o sentido é este. A câmara e as suas propriedades antropológicas, uma história para contar a todos os "amantes do cinema".

terça-feira, 18 de março de 2014

Rage, rage against the dying of the light



Do not go gentle into that good night,

Old age should burn and rave at close of day;

Rage, rage against the dying of the light.

Though wise men at their end know dark is right,
Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.

Good men, the last wave by, crying how bright
Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.

Wild men who caught and sang the sun in flight,
And learn, too late, they grieve it on its way,
Do not go gentle into that good night.

Grave men, near death, who see with blinding sight
Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.

And you, my father, there on the sad height,
Curse, bless, me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.


Do not go gentle into that good night
Dylan Thomas

domingo, 16 de março de 2014

post da bola

- Não há "posicionamento defensivo" que resista a dois defesas centrais que estariam a fazer melhor figura como personagens na lancheira que vai atrás do barco do Tom Hanks. 

- Não há "dinâmicas no meio campo" que resistam a um médio defensivo que:

1) tem graves deficiências nas questões mais básicas da bola, como dominá-la e passá-la.

2) de partilhar com a dupla de centrais-Greengrass um muito baixo q.i.

3) de praticamente toda a gente eleger este sujeito como "enorme jogador". Sendo assim, também quero ser pescador em alto mar. Não sei nada das tarefas mais básicas do ofício, mas para quê sabê-las, se com muito boa publicidade e de se estar constantemente a repetir que "aquele gajo é muita bom pescador", eu terei os elogios imerecidos? Que vá ser "enorme jogador" para os Manchester Citys ou os Milans ou o caralho cu foda.

- Não existem "evidentes melhorias" que sejam imunes a um ponta de lança que esta época já falhou 100 golos de baliza aberta. 

- O melhor jogador do FCP, neste momento, é um extremo semi-retardado, o que é triste. E agora perguntam:

Qual deles, Napalm? São todos! 

O que veio em Janeiro, bois.

- pior que perder, é andar a falar em foras de jogo e penaltys. Isso é para clubes que em quarenta anos ganharam uns três campeonatos. 

- a primeira curta-metragem em 35 mm do Spielberg, Amblin, é bem boa. Por falar nisso, uma vez, numa aula "dos cinemas", um dos professores estava a falar sobre uma análise "exaustiva" que andava a realizar sobre um merdas qualquer da Nouvelle Vague, e depois acrescentava: "Está a ser duro. Não é como ver uns Spielbergs...". Mentalidades de Marvel Comics.  Pá cona da prima dele, também. 


quarta-feira, 12 de março de 2014

mestre esclarece-nos


Nobody's Daughter Haewon, Hong Sang-soo

ainda falta ver o Scorsese e aquele filme dos legos...


...mas parece-me que em três meses de estreias apenas um filme merece ser catalogado como tal*. Radicalidade? Nenhuma. "Radicalidade" seria esse plano durar uma hora e meia, o que imediatamente faria a Brenez enfiar duas botijas de gás butano na cona e , talvez, levar o Benning a ir a uma sala de cinema pela primeira vez desde 1934. Não, senhor e senhora: apenas um conceito fortíssimo, narrativa clara e a inteligência de jamais quebrar as regras do jogo e de insultar a minha est...sanidade. Mesmo soluções formais "questionáveis" (aqueles bonitinhos planos sub-aquáticos, na corda bamba da new age...) perdoam-se e, melhor, não destoam do espanto pelas maravilhas e horrores da natureza presente em All is Lost. Suspeito, também, que se J.C. Chandor tivesse outro pedrigee, e este seu filme não teria sido preterido ora para os Leviathans e Her's nas cúpulas "intelectuais", e para os Gravitys, Mcqueens e Americans Retards Hustles nas garagens do povo.

* hipérbola estúpida e escusada, pois também gostei do Dallas Buyers Club

parece-me que já foi encontrado o "Make way For Tomorrow" de 2014



a loirinha da foto morreu há três anos em Hamburgo. Contava cem anos de idade



O expressionismo alemão e as suas escuridões...bla bla...símbolo de uma era de instabilidade económica, social, cultural...zzzzz...projecção cinematográfica de uma psicoce nacional...bocejo. Irmãos Siodmak, Billy Wilder, Fred Zinnemann, Eugene Shufftan, Edgar J. Ulmer- dream team como só se voltaria a ver no ínício dos anos noventa, quando o Papin chegava a ser suplente do Van Basten- fizeram grande manguito a tais canónicas rochas, e no ano de graça de 1930 (quando quase todos eles mal tinham idade para cortar barba) decidiram iluminar a "magia da tela" com uma solar Berlim e seus súburbios pré-Adolfo, num misto de documentário e ficção onde não há actores, há pessoas a "interpretarem-se" a si próprias, nos seus locais de trabalho, nas suas rotinas diárias, etc. Close-ups capazes de rachar cabazes de milho (isto não faz sentido nenhum, mas veio-me à cabeça e decidi aqui colocar), rostos cheios de claridade, o campo num domingo, rio e jogos florais para se aliviar do miserável ritmo do quotidiano. Há um laissez-passer e uma rejubilação que ainda se torna mais sentida se se pensar no que aconteceria pouco depois. E, mesmo sem esta bandidagem se esforçar muito, há por aqui mais lirismo apaixonado do que em quinhentos To the Wonders." O expressionismo cinematoggráfico germânico dos anos dez e vinte é uma notável incursão nos domínios da Segunda Guerra Mundial, pois os seus autores viajaram no tempo e espantados com tantos horrores, voltaram e decidiram colocar no celulóide tamanhas atrocidades em forma metafórica". 

tinto ou branco? cheio


Deixemos a luta de classes familiar para outras núpcias e a inacreditável junção de humor negro com um cerrado anti-sentimentalismo para outros enterros, e vamos ao que interessa: garrafões de vinho, broa, comidas no borralho, sopa a ferver, lume, Trás-os-Montes com as suas vacas, as suas casas, os seus caminhos de lama e suas iguarias. Monteiro, como Chabrol, é um dos grandes comilões cinematográficos. Ver um filme como A Mãe dá fome e faz-nos ir procurar os restos do dia e descobrir que, afinal, só temos meio pacote de Lays ao dispor. 

O Cinema não me alimenta. Uma perna de borrego, sim.


domingo, 9 de março de 2014

Vendo:

Livros

The Informers + Glamorama + Lunar Park (capa danificada), Bret Easton Ellis – 10€

A David Lodge Trilogy (Changing Places, Small World, Nice Work) – 7.50€

Hey Nostradamus + Generation A, Douglas Coupland – 7.50€

História e Crítica da Comunicação, Francisco Rui Cádima – 5€

Guía Critica del Cine Cubano de Ficción, Juan António García Borrallo – 10€

Cinema 1: A Imagem-Movimento, Gilles Deleuze – 7.50€

O Cinema e a Encenação, Jacques Aumont – 5€

The Making of the Representative of Planet 8, Doris Lessing – 5€

Numa Noite Escura Saí da Minha Casa Silenciosa, Peter Handke – 5€

A Literatura como Provocação, Hans Robert Jauss (livro esgotado) – 5€

Oriente Próximo, Alexandra Lucas Coelho – 7.50€

O Professor Sentado, Carlos Ceia (livro esgotado) – 5€

DVDs


David Lynch: The Collection (The Elephant Man, Mullholland Drive, Inland Empire) – 5€


Contactar por email, disponível no meu perfil.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Anna Faris Hot Pics in HD -- Must See


e Gregg Toland. Ás vezes mais perto da agricultura lírica do Dovzhenko (o realizador preferido do shôr Putin).

"ondas de sete a oito metros poderão provocar um rasto de destruição"


Furadouro, 1966.

Mudar de Vida, Paulo Rocha.

"o plano da cagada sanita evidencia uma notável referência à descoberta da pasteurização"


One cheerleader cheers “Its contradictions pile up in your subconscience.” Another recidivist viewer avers “When you see things over and over again their meanings change for you…He’s playing with your acceptance of visual information and also your ignorance of visual information.” This is hero-worship, not analysis. Another Kubrick-lover insists “We are dealing with a guy who has a 200 IQ.”

Reverence for Stanley Kubrick overwhelms any understanding of The Shining. It is symptomatic of today’s celebrity veneration—the flip-side of the feeling of nothingness that makes nerds bow down to the likes of Nolan, Fincher, Paul Thomas Anderson, Soderbergh and Kubrick. So they fantasize aboutThe Shining’s supposed profundity as when one professes, “We all know from postmodern film criticism that the meanings are there whether or not the filmmaker is aware of them.” This is the mess that criticism has come to. Fake erudition causes another to muse, “Why would Kubrick make the movie so complicated? Yeah, why did Joyce write Finnegans Wake?” This goofy comparison shows they don’t know the difference between literary and cinematic erudition. These Shining geeks don’t even know the hotel story of Alain Resnais’ Last Year at Marienbad, a truly profound expression of memory and desire.

Sua Celência Armond White, a propósito do inane Room 237. Aprecio, sobretudo, o sublinhado a negrito. 

the garbage man

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a mensagem.