segunda-feira, 30 de maio de 2022

Frames (5).




1.Mariko Okada. 2.Mitsuko Mito. 3.Kaoru Yachigusa. Miyamaoto Musashi (1954). Hiroshi Inagaki

Filme: 4/5 (Criterion #14. Um homem procura o seu lugar no mundo. De um lado, a domesticidade castradora- mas carnalmente satisfatória, pelo menos no primeiro mês- na forma de várias tentações femininas; do outro, a pureza espiritual- mas sexualmente inexistente- da vida de samurai. Quem irá ganhar?)



1.Kaoru Yachigusa. 2.Mariko Okada. Zoku Miyamoto Musashi: Ichijôji no kettô (1955). Hiroshi Inagaki

Filme: 3/5 (Criterion #15. A perdição pelas carnes femininas e pelas sopas quentes é temporariamente posta de lado. Há bens bem maiores a serem perseguidos: a distribuição de justiça e a reparação de ilegalidades por esse Japão afora. E cimentar a sua reputação como samurai de primeira apanha, claro.)




1.Kaoru Yashigura. 2.Mariko Okada. 3.Michiko Saga. Miyamoto Musashi kanketsuhen: kettô Ganryûjima (1956). Hiroshi Inagaki

Filme: 2/5 (Criterion #16. Tudo acaba bem quando acaba bem. Cimenta-se a glória e o respeito de se ser considerado um dos maiores samurais de todos os tempos, e ainda se abraçam os desejos de macho alpha por uma mulher. Uma espada substitui outra. Esperamos que consigam aguentar mais de 6 meses.)



1.Joan Leslie. 2.Virginia Field. Repeat Performance (1947). Alfred L. Werker

Filme: 3/5 (Filme-síntese de um dos motivos existenciais do Noir: a inevitabilidade do "destino". Também ficámos a saber que o Tom Conway era irmão do George Sanders. Deve ter sido bonito, nos tempos de meninice dos dois irmãos, ver os seus pais a terem diálogos como: "querida, qual deles te parece ter uma suavidade mais ardilosa?" "amor, é tão difícil. aquela manhosice delicada irá resultar em muntos frutos".)



1.Selena Royle. 2.Joan Crawford. The Damned Don't Cry (1950). Vincent Sherman

Filme: 4/5 (O Noir como género pedagógico e didático para todas as mulheres: quer abandonar os seus deveres domésticos e o seu lugar no sofá ao lado do esposo? Então prepare-se para as nefastas consequências. E ainda uma frase que exemplifica o elo de ligação entre o gangsterismo capitalista dos bandidos nos EUA e as matanças em massa estatais na China do camarada Mao: "o poder está num cano de uma arma".)



1.Marilyn Monroe. 2.Anne Bancroft. Don't Bother to Knock (1952). Roy Ward Baker

Filme: 3/5 (A anormalidade, a freakolândia e os incapazes de viver em sociedade devem ser afastados do mundo, e a normalidade deve ser justamente recompensada com uma feliz união de dedos e alianças. O Noir, uma vez mais, imbuído de valores clássicos e humanísticos. Naquele tempo era tudo muito mais simples!.)


Gloria Grahame. Naked Alibi (1954). Jerry Hopper

Filme: 3/5 (As lições educacionais e conservadoras do Noir-Eisenhower não se aplicavam apenas a mulheres; também os hómes eram vítimas do seu íntegro corretivo. Assim, se um hóme era casado e tinha uma amante, o seu destino estava traçado. E se a amante fosse ainda mais atraente e sexualmente ativa do que a legítima esposa, então ainda menos hipóteses haveria de o bom hóme escapar às garras da fatalidade.) 



1.Jane Greer. 2.Rachel Ward. Against All Odds (1984). Taylor Hackford

Filme: 2/5 (Remake do Out of the Past numa oitentista Los Angeles de bikinis cavados, descapotáveis e de ambiências solarengas acabadas de sair de um jogo do GTA. Comparar os dois filmes é inútil (é como comparar o Barcelona 2008/2009 com o B-SAD 2021/2022, ou, ainda mais desequilibrado, o Marco Paulo com os Sex Pistols), por isso enumeremos os oásis de prazer que encontramos disseminados aqui e acolá: as propriedades capilares do James Woods, a antecipar o look do BritPop numa década; o Richard Widmark por ser o Richard Widmark; uma cena de sexo em Chichen Itza, com solos de guitarra a acompanhar; a tremenda falta de química entre o Jeff Brigdes e a Rachel Ward. Ela parece estar sempre com uma expressão de alguém que o que quer mesmo saber é o que vai dar na tv logo à noite; e, por fim, a classe e beleza da Jane Greer, com o seu visual de Nancy Reagan. Quarenta anos antes ela usava a sua volúpia como arma de manipulação de pobres e desgraçados hómes. Agora, recatada e elegante, manuseia quem a rodeia através de bolinhos, partidas de mahjong e xícaras de chá.)


Yana Navikova & Grigoriy Fesenko partilham amor. Plemya (2014). Myroslav Slaboshpytskiy

Filme: 2/5 (Um daqueles filmes cuja premissa e conceito é suficiente para colocar aos saltinhos e a babar da boca os painéis de júris de festivais, os cinéfilos woke e demais público para quem o cinema é, antes de mais, um veículo de "mensagens" e de "ideias de integração e representação". O Cinema vem depois, seja ele "bom", "mau", ou "assim-assim".)




1.Amy Forsyth. 2.Emilia Jones. 3.Marlee Matlin (BL?-Beautiful Lineswoman). CODA (2021). Sian Heder

Filme: 2/5 (Um daqueles filmes cuja premissa e conceito é suficiente para colocar aos saltinhos e a babar da boca os painéis de júris em Sundance e SXSW, os senhores e senhoras da Academia, os cinéfilos woke e chorões, e o público em geral para quem o cinema é, antes de mais, um meio de transporte de "valores" e de "preceitos morais". O Cinema está lá para o fundo, atrás de uma cortina. Neste caso, na maravilhosa Emilia Jones e nos baldes cheios de peixe fresco.)

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Frames (4).






1.Drew Barrymore. 2.Neve Campbell. 3.Protótipos de bitchy cheerleader e de bitchy rich white girl. 4.Courteney Cox. 5.Rose McGowan. Scream (1996). Wes Craven

Filme: 3/5 (Continua a ser o que achámos nas duas vezes- no espaço de duas semanas- que o fomos ver à magia da tela em Julho de 1997: uma das boas teen comedies dos anos 90. Até tem a clássica e sempre bem-vinda sequência de ajuntamento de adolescentes (adolescentes de 22 a 25 anos) numa casa de um dos idiotas de serviço para uma festa de arromba. Estamos sempre à espera de que apareça o Sean William Scott.)







1.Jada Pinkett Smith. 2.Heather Graham. 3.Portia de Rossi & Rebecca Gayheart. 4.Sarah Michelle Gellar. 5.Neve Campbell. 6.Courteney Cox. Scream 2 (1997). Wes Craven

Filme: 1/5 (Dos cinco filmes da série, é aquele que possui a única cena que se pode classificar genericamente de "terror"- "terror" como agonia e aflição. De resto, é um embarque no comboio do tédio.)







1.Kelly Rutherford. 2.Emily Mortimer. 3.Carrie Fisher (R.I.P.). 4.Parker Posey & Courteney Cox. 5.Jenny McCarthy. 6.Neve Campbell. Scream 3 (2000). Wes Craven

Filme: 0/5 (Tédio 3.)













1.Lucy Hale. 2.Shenae Grimes. 3.Anna Paquin & Kristen Bell. 4.Britt Robertson. 5.Aimee Teegarden. 6.Courteney Cox. 7.Emma Roberts. 8.Alison Brie. 9.Marielle Jaffe quebrando uma das regras de oiro do "cinema de terror": nunca ficar só em lingerie. 10.Hayden Panetierre. 11.Marley Shelton. 12.Neve Campbell. Scream 4 (2011). Wes Craven

Filme: 0/5 (Desgraça épica. É certo que isto do cinema e dos gostos é sempre subjetivo, mas parece-nos indubitavelmente a obra-prima libidinal de toda a série, com um conjunto de novos valores a associar-se ás consagradas veteranas, formando assim um belo desenho de formas que certamente fará o encanto de mentes heteropatriarcais e nojentas como a sua. Afinal de contas, este é o filme que juntou a Emma Roberts, a Alison Brie e a Marley Shelton, infelizmente não no mesmo plano e muito menos na mesma cama. Mas nada disto já era para Hollywood e para as desgastadas unhas do Craven: seria para um Argento 1977-1988. Até limpamos o suor da testa, imaginando o que ele poderia ter feito com toda esta fábrica de "talentos".)







1.Jenna Ortega. 2.Melissa Barrera. 3.Marley Shelton. 4.Jasmin Savoy Brown. 5.Sonia Ben Ammar. 6.Neve Campbell & Courteney Cox. Scream 5 (2022). Matt Bettinelli-Olpin & Tyler Gillett

Filme: 0/5 (Não deverá haver outro género cinematográfico que esteja tão sintonizado com o compasso e as vicissitudes do ambiente social e cultural (do país ou do mundo) do que o do "terror". Por isso, para quem esteja a par das vicissitudes dos ambientes sociais e culturais que tentam corromper/revolucionar/destruir- escolha o que mais lhe convier- o tecido social e cultural estabelecido nos EUA há munto tempo, pode ficar desde logo a saber "do que trata" o Scream 5. Não deixa de ter outros pontos de curiosidade: é o único filme dos cinco em que o David Arquette não parece ser retardado; demonstra que a Neve Campbell envelheceu muito bem; por outro lado, a Courteney Cox é a prova dos possíveis efeitos destruidores da ciência.)



1.Sigourney Weaver. 2.Angela Molina. 1492: Conquest of Paradise (1992). Ridley Scott

Filme: 2/5 (Já não se fazem euro-pudins flans deste quilate. Um realizador inglês a trabalhar em Hollywood; um ator francês com um inglês hilariante a interpretar um navegador port...italiano ao serviço de Castela; a Sigourney Weaver a encarnar a Isabel de Castela como se fosse uma classy woman às compras na 5th Avenue; o Armand Assante, norte-americano com nome francês e que fala como se tivesse despertado de um sono profundo ou de uma bebedeira épica. Toda uma heterogeneidade que não faz nenhum sentido, e ainda bem. Como se não bastasse, ainda temos o Scott a utilizar todos os lugares comuns publicitários para simular o assombramento e encanto do ocidental perante o desconhecido novo mundo. Hoje já não passaria nos lápesss da censura.)



1.Leonor Silveira. 2.Lourença Baldaque. Cristovão Colombo- O Enigma (2007). Manoel de Oliveira

Filme: 3/5 (Colombo é nosso!!! (bater no peito). Um dos melhores filmes telescola já vistos. Só falta o Oliveira ou o Ricardo Trêpa virarem-se para a câmara e avisarem os muninos e muninas de que está na altura de afiar os lápes e abrir os cadernos.)



1.Rosario Dawson. 2.Angelina Jolie. Alexander (2004- The Final Cut: 214 M). Oliver Stone

Filme: 2/5 (Ninguém, no seu perfeito juízo, vai ver (quase todos os) filmes do Stone para se sentir maravilhado com tamanhas maravilhas estéticas. Vai ver para passar um bom tempo de gargalhada. Que ele se veja como um "cineasta de assuntos importantes" ainda torna tudo mais burlesco. E Alexander, em qualquer uma das suas formas - mas quanto maior, pior, perdão, melhor- é a sua obra maestra da chungaria camp travestida de "análise" política. Basta ver a cena de sexo entre o Colin Farrell e a Rosario Dawson. Ganda Stone.) 



1.Jennifer Lopez. 2.Claire Danes. U Turn (1997). Oliver Stone

Filme: 3/5 (Um filme de alguém que despreza os EUA- ou pelo menos o de alguém que abraçou esse papel. O Jon Voigt a beber uma Dr. Pepper e em contrapicado uma gosma de baba entre os seus lábios e o bocal da garrafa. É o Stone. Também um tempo em que o traseiro da J- Lo era um desenho de perfeição geométrica, e não a atual arrecadação onde se poderá guardar metade de uma garagem.)



1.Jennifer Grey. 2.Lea Thomson. Red Dawn (1984). John Milius

Filme: 3/5 (Já em 1951, um sociólogo norte-americano chamado David Riesman se apercebera do rumo que as coisas estavam a tomar. Num conto intitulado The Nylon Wars, simultaneamente celebrando e ridicularizando o consumismo norte-americano, imaginou estrategas que aconselhavam o presidente dizendo que "se lhe fosse permitido experimentar as riquezas dos Estados Unidos, o povo russo não mais toleraria mestres que lhes davam tanques e espiões em vez de aspiradores". Os Estados Unidos largam meias e cigarros sobre a União Soviética e o comunismo cai de imediato. A realidade foi quase tão estranha quanto a ficção. Em 1958, a União Soviética e os Estados Unidos, ambos confiantes na sua capacidade para intimidar o outro com a sua força industrial, acordaram em realizar exposições dos seus produtos no país adversário. Para a primeira, em Nova Iorque, os soviéticos enviaram tratores, camiões e maquetas em tamanho real de foguetões destinados a convencer os capitalistas de que a resistência era inútil. Em 1959, os Estados Unidos ripostaram de forma brilhante, enviando Richard Nixon (então vice-presidente) a Moscovo para organizar uma exposição de 4600 metros quadrados de aparelhos domésticos norte-americanos, incluindo uma cópia fiel de uma casa dos subúrbios de Long Island. Perante o olhar perplexo dos moscovitas, Nixon e Khrushchev defrontavam-se perante uma máquina de lavar Westinghouse. "Tudo o que permita a uma mulher trabalhar menos é bom", começou Nixon, mas Khrushchev estava pronto para ele: "Vocês querem manter as mulheres em casa", contrapôs. "Não pensamos nas mulheres nesses termos. Temo-las em melhor conta". Talvez; havia mais mulheres a trabalhar fora de casa na União Soviética do que nos Estados Unidos. Por outro lado, passar-se-ia mais de uma década até metade dos lares soviéticos ter uma máquina de lavar. Depois de apanhar o autocarro que a levava da fábrica para casa, a típica esposa soviética tinha ainda umas adicionais vinte e sete horas de trabalho doméstico por semana. Só um apartamento em cada oito tinha aspirador, ainda que, quiçá, como bons comunistas, os camaradas os partilhassem. Nixon respondeu com um hino à livre iniciativa. "As decisões não são tomadas a partir do topo, por um gabinete governamental", explicou ele. "Temos vários fabricantes diferentes e vários tipos de máquinas de lavar para que as donas de casa possam escolher (...) Não seria melhor competirmos no que diz respeito aos méritos das máquinas de lavar do que no que diz respeito à potência dos foguetes? Não vamos impor-vos o nosso estilo de vida", concluiu, "mas os vossos netos conhecê-lo-ão". O Domínio do Ocidente, Ian Morris, páginas 539-540. Edição Bertrand Editora, 2013.)


Bárbara Branco. Carolina Carvalho. Ana Marta Ferreira. Lia Carvalho. Bem Bom (2021). Patrícia Sequeira

Filme: 0/5 (O que há a dizer sobre este filme? Bem, é o seguinte: porque é que eu estou a teclar estas linhas quando deveria estar a trabalhar no duro para sustentar mulher e filhos?)



1.Fran Descher. 2.June Chadwick. This Is Spinal Tap (1984). Rob Reiner

Filme: 1/5 (Criterion #12)






1.Jodie Foster. 2.Ted Levine experimenta a textura epidérmica de Brooke Smith. 3.Diane Baker. 4.Cynthia Ettinger. 5.Kasi Lemmons. The Silence of the Lambs (1991). Jonathan Demme

Filme: 5/5 (Criterion #13)




1.Kristy Swanson. 2.Natasha Gregson Wagner. 3.Michele Abrams, Paris Vaughan & Hilary Swank. Buffy The Vampire Slayer (1992). Fran Rebel Kuzui

Filme: 1/5 (É um daqueles filmes que tem excertos no youtube e onde há comentários como "ohh...those were the times!", "the 90's...what a riot!", "i went with my girlfriend in a date and we watched buffy. she putted her head in my shoulder. where she's now? miss those times", "Kristy Swanson was so pretty", "hey, wait a minute, that's Hilary Swank? the actress?", "i had such a huge crush on Luke Perry. OMGDDDD!", "better than the show!! ihihi", "i want the 90's back!", "today's youth will never know what we went through", "paul reubens rocks!!", "give me a time machine!", e assim sucessivamente.)



1.Randee Heller. 2.Elisabeth Shue. The Karate Kid (1984). John G. Avildsen

Filme: 4/5 (Como todo o foreground já está puído de tantas visões, já só se presta atenção às mais piquenas minúcias e detalhes do background.)


Tamlyn Tomita. The Karate Kid Part II (1986). John G. Avildsen

Filme: 2/5 (Talvez o melhor filme japonês de sempre realizado no Hawai e em Burbank. "So coward,...you return!".)


Robyn Lively. The Karate Kid Part III (1989). John G. Avildsen

Filme: 2/5 (Com este filme, onde desempenha com mestria oleosa e cabotina o papel de mauzão mau, e com o Vampires do Carpenter, onde desempenha o líder metaleiro de um grupo de morcegos humanos, o Thomas Ian Griffith construiu uma carreira bem mais satisfatória e convincente do que o (censurado), (censurado), (censurado) do (censurado) do Adam Driver.)



1.Hilary Swank. 2.Constance Towers (sim, a do Shock Corridor e do The Naked Kiss). The Next Karate Kid (1994). Christopher Cain

Filme: 0/5 (Nos dez anos seguintes a este filme a Hilary Swank venceria dois oscars e entraria no melhor filme norte-americano dos últimos 1000 anos ou assim. E é estranho ver o Michael Ironside terminar um filme sem perder nenhuma parte do corpo.)


Hannah Kepple & Selah Austria como figuras modelares (sem bigode e chispas de ódio nos olhos) da bissexualidade feminina que munto nos apraz. Cobra Kai: Season 02, Episode 09 (2019). Jon Hurwitz & Hayden Schlossberg


David Chappele & Vida Guerra. Chappelle's Show- R. Kelly's "Piss on You" Video

Filme: 5/5 ("Only thing will make my life complete/Is when I turn your face into a toilet seat".)