sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Academia das Musas 2016. Escolhas dos nossos redactores: Capitão Napalm, Rocco Siffredi, professor Raffaele Pinto, e um tipo de Albufeira.


Mary Elizabeth Winstead, 10 Cloverfield Lane



Adriana Ugarte, Julieta



Zoey Deutch, Everybody Wants Some!!



Emma Roberts, Nerve



Natalie Portman, Knight of Cups



Shailene Woodley, Allegiant



Greta Scarano, Suburra



Anais Demoustier, Une nouvelle amie



Cate Blanchett, Rooney Mara, Carol



Elle Fanning, The Neon Demon



Jena Malone, The Neon Demon



Teresa Palmer, Knight of Cups



Imogen Poots, Knight of Cups



Isabelle Huppert, Elle



Virgine Efira, Elle



Alice Isaaz, Elle



Jane Levy, Don't Breathe



Laia Costa, Victoria



Aomi Muyock, Love



Mireia Iniesta, La academia de las musas




















Profundidade de campo (versão dor de corno).


Ainda se fumava nos filmes. Le notti bianche, 1957.


Filmes do Tarantino e canções hip-hop/pop digital: os únicos redutos, hoje em dia, onde se pode dizer a palavra "preto".

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

"Hub"

Se você tem algum problema, se ninguém mais puder ajudá-lo e se conseguir encontrá-los, talvez consiga contratar o Festival Classe A

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sábado, 24 de dezembro de 2016

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Não, agora a sério:

Ou é o Toni Erdmann é um dos melhores filmes de todos os tempos, ou está-se a assistir ao maior maria-vai-com-as-outras da história da crítica do cinema.

Obra-prima no escuro.


Não engolia um sapo deste tamanho desde que aos dois anos caí, de cabeça para baixo, no poço do quintal dos meus avós.

Ao que parece, é a única pessoa de direita em Hollywood. É também a mais honesta e humanista. Melhor do que isso, só estar numa entrevista a comer amendoins.



Armond White. Negro, gay, conservador, provocador. Concordamos aí com 4% do que escreve, mas é o único critico de cinema norte-americano que lemos com interesse.

Huppert portrays Nathalie Chazeaux, a philosophy professor outpaced by the new generation of Millennial student activists. Recalling her own college Communist years, she is bored by the cycle of youthful political passions. “I’m too old for radicality. I’ve been there,” she says, sighing at the regurgitations of anarchy, Communism, Stalinism, Woody Guthrie songs, and Frankfurt School homilies. This repetition is as infuriating as Damien Chazelle’s banal copycatting in La La Land. daqui

E ele até gostou razoavelmente do filme. Faltou a convocação da Rosa Luxemburgo e dos operários da Lisnave.


ps: temos tanta vontade em ver o filme do Chazelle como de fazer uma viagem nocturna por uma das matas de Sintra num dia chuvoso e friorento.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Ela estava com uma gabardine, teria 18 ou 19 anos, a gente escolheu-a porque era bonita, evidentemente, e aproximámo-nos perguntando "o que pensa do cinema português?". E ela levantou literalmente voo gritando "Ai que horror!". E desapareceu. Nem conseguimos perguntar mais nada, Fugiu. Apavorada. Em '65!

Lembrança de Alberto Seixas Santos, em Ler Cinema: O Nosso Caso

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Para além da Isabelle, gostámos daquele momento em que, enquanto uns imbecis "comunitários" e "amigos da natureza" discutem coisas "revolucionárias", ela anda à procura do gato.


A Isabelle Huppert no L'Avenir é o exemplo perfeito da classificação "filme de actriz". Literalmente, pois tudo o resto é insosso e vazio, como em tudo o que tenha a assinatura da Mia Hansen-Love. Este é um cinema deixa andar que passa por um naturalismo supostamente blasé, como os francíus tanto gostam, sobretudo a escola Assayas. Na verdade, é tudo indistinto e indiferente. Deve ser facílimo fazer destes filmes: aponta-se a câmara para algo, filmam-se coisas e pessoas, e depois na edição (no imovie9?) juntam-se os planos, e até à próxima. Nem se pode dizer que seja medíocre, antes inofensivo e anestesiante, ideal para nos baixar a tensão antes de se ir ó médico. Os adeptos do "não-estilo" agradecerão. Supostamente há imensos, que isto anda por aí em todos os tops de "prestígio". 

Lembro-me agora que comprei O Pai das Minhas Filhas há uns três anos, ainda não tinha visto nenhum filme desta jovem. Continua com o celofane. Alguém o quer?


Escandaleira (2).

Escandaleira.


Irina Shayk, em exclusiva conversa telefónica com este blogo, e por entre indisfarçáveis  lágrimas:

É absolutamente vergonhosa a auto-objectificação que eu faço do meu próprio corpo. Tivesse eu lido em criança "As Novas Cartas Portuguesas" e jamais me permitiria a estas figuras, servindo de combustível para punheteiros pervertidos como o senhor. Seu boi!"

Maria Filomena Mónica gosta disto.

Alguém que chame os bombeiros. Esta mulher, um dia destes, morre afogada na própria espuma.

Para esta feminista que adora cinema mas “detesta” O Último Tango em Paris, é impossível não olhar para o filme de Bertolucci sem sentir repulsa por “aquele protagonista insuportável”, de uma “masculinidade transbordante” que agradava a tantos naquela época, e que, de certo modo, continua a prevalecer em Hollywood, embora as mulheres tenham hoje outro poder de negociação na indústria. “As coisas não mudaram assim tanto como isso, mas mudaram um bocadinho. Isto não quer dizer que o corpo da mulher tenha deixado de ser objectificado.” E o do homem? “Não me venha cá com essa de que é igual, que os dois são tratados da mesma maneira n’O Último Tango e noutros filmes porque não são. Nunca foram.” daqui.

Misandria, uma doença socialmente aceite. 

Mas numa coisa esta aventesma tem razão: o filme do Bertolucci é uma merda descomunal. 

domingo, 4 de dezembro de 2016

Fim de emissão. Agora, o hino nacional.

O Seth Rogen é provavelmente o pior "actor" da "história do cinema". 

Perto dele, excrementos da "representação" como o Ryan Reynolds ou a Melissa McCarthy parecem-nos bastante aprazíveis.

E acaba assim a nossa lição por hoje. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Less is more.

O Nuno Espírito Santo é o novo Buster Keaton: consegue fazer comédia de alto calibre sem mover um músculo facial. 

A bem do FCP: bora, Peseiro! Bora, Ranieri! Bora qualquer equipa enquanto esta putanheira, granítica e cadavérica SAD estiver com assento no poder.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Em função de mais um top dos Cahiers...

...tem de se levantar uma questão essencial: é o festival de Cannes que brocha os Cahiers ou são os Cahiers que mamam no festival de Cannes?


sábado, 26 de novembro de 2016

Estive quase a vomitar ao ver e ouvir o obituário do "líder histórico" na tv.

Morreu hoje um dos maiores filhos da puta dos últimos cinquenta anos. 

Inveja tenho eu é do (a) namorado (a), amante, ou marido/esposa da Rita Rato. Esta noite vai haver consolo até nunca mais acabar. 

Ditador "da esquerda"=  "líder histórico", "faz frente ao imperialismo americano!", "Já repararam na nuvem de pureza que o cobre?". 

Ditador "da direita"= "assassino!". "humilhou o próprio povo!". "até se notam os cornos de Satanás!"


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

GoPro caralho

Quando o Skolimowski usa a GoPro sem critério discernível algum em 11 minut (filmezeco de terceira categoria), está a querer assumir o quê? Hipóteses:

1) "O filme é, mais do que um thriller sobre a relação aleatória entre causa-efeito em determinado contexto geográfico e temporal, uma investigação sobre a interconectividade tecnológica que a todos nos assalta nos dias de hoje. Já se fizeram duzentos filmes sobre isso? Passa a duzentos e um"

2) "Descobri esta coisa da GoPro e achei piada"

3) "É pura publicidade invertida! Serve para demonstrar como GoPro e cinema não combinam!"

4) "Não fui eu! Foi o editor que colocou lá essa coisa! Críticas injustas!"

5) "Em que parte do filme é que isso está? Já agora, que porra é isso de GoPro?"

6) "E quando eu tive quase a apalpar as mamas da Scarlett Johansson no The Avengers? Bons tempos..."

O Lang disse que o Cinemascope só servia para filmar serpentes e caixões. As GoPro só servem para captar o fôlego de pessoas com problemas de hiperactividade. 

No entanto, é em 11 minut que vimos um dos grandes assombros cinematográficos de 2016:






segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Cadé o meu smartphone? ( e a t-shirt "do Che"?).



populista de esquerda ganha eleições democráticas: bravo! reposta a justiça! viva o humanismo! agora sim, agora é que se vai viver! castigo exemplar para os experimentalismos sociais e económicos da direita! morte ao fascismo! morte ao capitalismo! vamos todos ouvir os Sex Pistols e ver os filmes do Gódárde! cadé o meu smartphone?

populista de direita ganha eleições democráticas: escândalo! uma injúria aos valores universais! fim do mundo vem aí! vou já sair do país! onde pára o "Maio de 68"? vêm aí experimentalismos sociais e económicos de fazer vomitar cabras! estas eleições foram falsificadas! vamos para a rua brincar aos anarquismos! morte ao fascismo! morte ao capitalismo! vamos todos ouvir os Sex Pistols e ver os filmes do Gódárde! cadé o meu smartphone?

populista de esquerda rebenta com a economia nacional: a culpa é da globalização! a culpa é dos EUA! a culpa é das corporações e dos seus interesses! a culpa é de um sistema financeiro injusto! responsáveis? a cupidez dos ricos! a culpa é de um sistema de pensamento insidioso que obriga o ser humano a ser individualista e ambicioso! morte ao fascismo! morte ao capitalismo! vamos todos ouvir os Sex Pistols e ver os filmes do Gódárde! cadé o meu smartphone?

populista de direita rebenta com a economia nacional: inevitável! é o resultado de politicas desastrosas! precisamos de um Castro em cada esquina! especulação financeira repugnante! desregulamentação dos mercados capaz de matar um velhinho de susto! eu já tinha avisado isto há imenso tempo! papá, compra-me Marxs pó natal! morte ao fascismo! morte ao capitalismo! vamos todos ouvir os Sex Pistols e ver os filmes do Gódarde! cadé o meu smatphone?



quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"Passava mais tempo a matutar sobre o que podia escrever do que a escrever de facto."

A Colheita, Flannery O'Connor

terça-feira, 27 de setembro de 2016

...e cigarros e café.


 El amor es lo único que importa en esta vida aparte de la cerveza. Si encuentras a una persona a la que puedas amar y con quien puedas compartir tu vida, que en el resto de facetas de tu vida seas un desastre carece de gravedad.

daqui.

domingo, 25 de setembro de 2016

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O escavador

Com a morte de Abbas Kiarostami, trememos e tememos. Trememos: e agora, existirá outro cineasta tão capaz de a cada filme nos desarmar, de nos fazer amar os seus filmes, misteriosos e belos? Godard, sempre à frente, já previra que o cinema acabava com Kiarostami. No entanto, o desaparecimento de um enorme cineasta, nosso contemporâneo, faz-nos ainda temer, porque achamos que a este “menos um” não se vai contrapor um “mais um”.

Falar-me-ão os mais optimistas de outros cineastas fabulosos e das múltiplas formas que temos para lhes aceder (um acesso democrático, chamar-lhe-ão), ao contrário de tempos passados, em que as Cinematecas ocupavam o lugar-templo do espectador-religioso (seriam elas ditadoras?).

Vamos imaginar que estes optimistas me falam do Jia Zhang-ke e do Pedro Costa – de facto, dois cineastas magníficos – e que esplendoroso é o tempo em que podemos descobrir os seus filmes no momento em que eles são exibidos pela primeira vez; imagine-se, um cineasta que trabalha marginalmente num pequeníssimo país da União Europeia e outro do mais poderoso país da Ásia. Poderíamos nós, se espectadores em 1963, descobrir ao mesmo tempo o “Verdes Anos”, do Paulo Rocha, e um grande filme chinês desse ano (desculpem-me a falta de exemplo, mas conheço mal o cinema chinês)? E mais para trás, então? Convenhamos que, se não impossível, a dificuldade era certamente muito maior.

Se foi possível, antes desta “democratização do acesso”, o mundo chegar a cineastas tão “distantes” uns dos outros, creio que isso se deve à escavação feita por espectadores-programadores. E se acho essa escavação importante, não o é por causa de nenhum romantismo bafiento, mas porque essa escavação vinha já acompanhada de um pensamento crítico sobre o que se tinha visto e o que se ia mostrar. A programação obedecia a ideias.

Hoje não é preciso escavar para chegar ao Jia Zhang-ke e ao Pedro Costa. Basta consumir. Porque embora muito melhores cineastas do que, sei lá, o Nicolas Refn ou o Xavier Dolan, eles nos chegam exactamente pelo mesmo canal – o mercado. Satisfazem nichos de mercado. É sintomático que os grandes festivais (e os pequenos?) tenham os seus mercados, onde os filmes são transaccionados para depois serem disponibilizados a consumir. Um Refn com o Goslign vale x, um Costa com o Ventura vale menos – mas tem valor de mercado e rentabiliza-se. Onde está o pensamento crítico do escavador? Não deixou de existir pensamento crítico, mas ele está dissolvido no meio dos publicitários e é preciso muito esforço para o encontrar. Em Cannes, Xavier Dolan ganha o Prémio do Júri, ex-aequo com Jean-Luc Godard. Vale tudo porque, no mercado, tudo vale – e porquê valorizar um, se podemos valorizar dois?

Nada disto é novo. O que é “novo” é Abbas Kiarostami já não estar entre nós. E, um dia, distante espera-se, Jia Zhang-ke e Pedro Costa deixarão de estar também. O que me pode dizer o optimista sobre o possível cenário desse futuro, em que essencialmente teremos cineastas logo laureados à primeira obra, porque não há tempo a perder para valorizar? Recordemos que, por exemplo, Pedro Costa (mais até do que Jia Zhang-ke) ainda foi sendo descoberto internacionalmente de forma “devagar”.


Nesse futuro, definitivamente, não existirá mais a figura pública de escavador, substituído pelo comerciante e pelo consumidor. Sem lugar nas salas de cinema, onde antes ditatorialmente se programava, o escavador, clandestino, viverá a sua democracia online, recluso em casa, digitando uma senha em sítios obscuros para poder ver “outros” filmes.

Filmes intocáveis da "História do Cinema" que com muito gosto mandamos para o caralho mais velho (1).


"mamã, olha o que se pode fazer com uma câmara!"

consultar: onanismo.

filme deveras apreciado por Terminators revestidos de pele humana.

dois dias depois de estrear, já estava desatualizado.

é o filme curto mais longo de sempre: aos dez minutos já passaram três horas.

numa escola do cinema, senão gostar do filme, terá um castigo exemplar: terá de o rever.

a maior parte destas "sinfonias das cidades" dos finais de vintes são umas valentes palhaçadas.

boa noite.