segunda-feira, 14 de junho de 2021

Euro 2020 (Dia 3).



Inglaterra e Croácia protagonizaram um jogo com a fluidez de um Ford F a caminhar, em 1907, por uma estrada poeirenta do Alabama. Maus passes, recepções cómicas, pontapés na hidrosfera, um deleite. Será supresa se alguma destas duas cousas chegar munto longe na competição; a Croácia por andar a jogar com praticamente os mesmos jogadores desde a conquista de Ceuta, e a Inglaterra por ser a Inglaterra. O Phil Foden daria um excelente rufia num drama do Mike leigh ou do Ken Loach passado no East End londrino, e o Domagoj Vida sempre me fez recordar um dos terroristas do Die Hard, aquele que é enviado pelos ares quando o McClane larga o C4 pelo arranha-céus abaixo. Para os pervertidos sexuais: a Kolinda Grabar-Kitorovc já não é presidente da Croácia.


Desatento, lá se foi espreitando, durante a primeira parte, o Holanda-Ucrânia. Acordou-se quando os jogadores se decidiram a marcar golos, todos no segundo tempo. Se eu tivesse 12 anos e se os únicos jogos que dessem na tv fossem as finais das competições europeias e estes jogos de Europeus ou Mundiais, é certo e sabido que este jogo iria ficar cravado na memória para o resto da gloriosa existência de punheteiro, onde, justamente, se encontra o Inglaterra- Camarões do Mundial de 1990, ou o Suécia-Inglaterra do Euro de 1992. Assim sendo, enquanto escrevo estas linhas, nem sei, sem ter de ir ao Google, quem marcou o segundo golo da Holanda. O Spoorloss, do George Sluizer, é obra-prima.


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