Treze anos depois da sua estreia vejo, finalmente, o filme que relançou a carreira de Steven Soderbergh (o único realizador que conseguiu filmar Sasha Grey sem lhe captar o pito) e que iniciaria o seu ziguezague entre objectos "experimentais" e coisas "comerciais". Confirma-se, em retrospectiva, a coisa que mais me agrada no cinema deste tipo: a sua aversão a histerismos de qualquer espécie, sejam formais (mesmo quando a câmara "mexe") ou literalmente verbais (mesmo quando as personagens gritam parece que o fazem sempre com classe, uns Aimares ou uns James Rodriguez do grito), esteja a tratar de ladrões de casinos ou de revolucionários comunistas, e o Soderbergh poderia até colocar o Guevara do Del Toro na acção do Oceans' Eleven que ninguém daria por isso, tal é o ponto comum da coolness entre as suas personagens. Em Out of Sight o mais notável exemplo deste relaxamento é a cena do Clooney e a Lopez na bagageira do carro, espécie de screwball comedy ao ralenti. Cineasta do décor e do detalhe, com "muito cinema" no seu âmago (mamã, não quero tanto cinema!), um filme deste sujeito nunca me parece desinteressante e este, em particular, é daqueles para se ver com um charuto na boca e um copo de martini na mão, algures num hotel numa ilha "paradisíaca" e rodeado por uma menina em bikini. Já posso abrir a boquinha, sugá daddy? Caluda, puta, que estou a ver um Soderbergh.
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