sábado, 20 de agosto de 2011

"anda cá que o pai unta-te. "


"Adoro cús e mamas". Isto disse o Verhoeven (quase Deus) na altura da estreia do Showgirls. Imagino-o a babar-se todo para cima do micro e com a mão dentro do bolso. Go Go Tales é o adoro cús e mamas do Ferrara (Deus, por Bad Lieutenant e o Invasion of Body Snatchers, o melhor filme "sci-fi" dos anos noventa, a par do Starship Troopers), um mostruário de belíssimas peidas, tetas formosas e menos formosas, maquilhagem, sensualidade e javardice, com a câmara escarrapachada nos corpos, num rodopio desconcertante de sons e imagens, pegando numa personagem, deixando-a em nenhures e pegando noutra, e torna-se óbvio que o Abel andou a ver obstinadamente o Noite Escura do Canijo, na sua apropriação (fiel? nunca foi a nenhum) do ambiente alternadeiro . Mas Go Go Tales não é só isto, seus tarados. Também me disseram que é uma "comovente homenagem à resistência do indivíduo face ao poderio do soberano Dinheiro", e "qualquer coisa o Cassavetes e o The Killing of Chinese Bookie sim senhor". Eu cá gostei.