sábado, 9 de novembro de 2013

só dá Argento (4 de não sei quantos)


Tenebrae it's a sexiest novel. Why do you despise women so much?, pergunta uma jornalista ao escritor Peter Neal. Sexiest? No, i don't think it's sexiest, responde Peter. Argento a ver-se ao espelho, e muito contente com o que vê, a justficar-se, na medida do possível, para as groupies de Sontag e companhia. E depois, já de consciência bem tranquila, vem festim, um glorioso festim de purificação e expurgação de comportamentos nada dignificantes: putas, lésbicas, cleptomaníacas, miúdas de mini saia, filthy slim perverts, tudo atirado para o mundo dos mortos, para bem de um mundo melhor e mais cristão (o cristianismo é atirado varias vezes para a arena em Tenebrae). Assassínios com um requinte de paciência e malvadez que deixaria maravilhados os nossos quatro amigos de Saló; e a banda-sonora dos Goblin? Meus filhos, atirem-me com o cd para a campa: sintetizadores-maravilha, vocoderes repetitivos e infernais, cavalgadas electrónicas a destruirem tudo pelo caminho. As cores primárias (à excepção de uns sapatos vermelhos de puro simbolismo putedo-onírico-freudiano) deram lugar ás cores claras, à luz das ruas e dos apartamentos, a um espaço urbano sem bruxas e coisos. O plano final de Daria Ncolodi é o material de que os bonitos sonhos são feitos. Uma pessoa até dorme melhor depois de ver e rever isto. 

TENEBRAE, o mais belo dos filmes:











Grazie, Dario