segunda-feira, 8 de maio de 2023

Frames (30).


Casa. For All Mankind (1989). Al Reinert

Filme: 2/5 (Criterion #54. Artemis III. Dezembro de 2025. We're back, baby!)





1.Jean Simmons: angel face. 2.Jean Simmons: devil face. 3.Barbara O'Neill. 4.Mona Freeman. Angel Face (1952). Otto Preminger

Filme: 4/5 (100 melhores Film Noirs de todos os tempos para a Paste Magazine. Número 95. Numa dessas ocasionais escapadas que por vezes damos à quotidiana rua onde proliferam seres humanos com as mais diversas especificidades físicas, deparámo-nos com um senhor já de alguma idade cujo andar, longe de qualquer deformação ou debilidade motora, nos alembrava um que já tínhamos visto algures e em qualquer tempo. Impaciência e irritação. Nome prestes a fazer a viagem do cérebro para a boca, onde sonoramente se materializará. Está quase, quase. Afinal, não está quase. Como é nosso apanágio, desistimos. E esquecemos. Uns dias mais tarde, na revisão de Angel Face, o alívio do rememorar: o andar do senhor lembrava-me o andar do Mitchum neste filme, aquele andar em que ambas as pernas parecem estar coxas e que apesar disso (ou por causa de) não parece dispensar a sua singular porção de suavidade deslizante.)






1.Ethel Clayton. 2.Preciosos conselhos domésticos/amorosos. 3.Madge Bellamy. 4.Crime de saúde pública: garrafa de tinto vazia. 5.Edythe Chapman ("Mãe Fordiana"). Lightnin' (1925). John Ford

Filme: 5/5 (Tentativa de fazer uma integral John Ford, por ordem cronológica, e tendo como fonte a Wikipedia.)












1.Anne Hathaway (como "menina feia e intelectual". Feia e intelectual? "Repare, eu uso óculos"). 2.Julie Andrews: toujours belle. 3.Caroline Goodall. 4.Anne Hathaway (como "menina bonita e que consegue conciliar inteligência e cultura com beleza superficial". Como? "Repare, deixei de usar óculos e o cabelo está sedoso e agradável ao olhar"). 5.Hector Elizondo & Anne Hathaway: The Bald and the Beautiful. 6.Mandy Moore como a "vilã": alguém que se atreveu a tal escolha e desplante deverá sofrer as agruras do inferno durante, pelo menos, toda a eternidade. 7.Kathleen Marshall. 8.Arte. 9.Arte. 10.Arte. 11.Arte. The Princess Diaries (2001). Garry Marshall

Filme: 1/5 (O Garry Marshall decidiu realizar a versão para miúdas adolescentes do seu sensacional Pretty Woman de uma década antes.)




1.Shôr guarda, shôr guarda, vi um crime! Diga lá, cidadão. Shôr guarda, assisti durante alguns minutos a uma festa feminina do pijama perpetrada por meninas e mulheres e todas elas cisgénero, shôr guarda! E ainda por cima com comportamentos associados ao género a que pertencem por nascimento, shôr guarda!!! QUÊ????. 2.Temos gostos rudimentares, modestos: um pastel de feijão aqui, uma faneca frita acolá, um vídeo do Chega TV por ali, uma foto da Britney no Instagram por acolá, um plano cinematográfico simétrico sobre materiais dispostos simetricamente por ali, etc. 3.Anne Hathaway: toujours belle. The Princess Diaries 2: Royal Engagement (2004). Garry Marshall

Filme: 0/5 (O Garry Marshall decidiu continuar a sua versão para miúdas adolescentes do seu sensacional Pretty Woman de uma década antes com uma versão para meninas pré-adolescentes do seu óptimo Pretty Woman de catorze anos antes.)




1.Êxtase gastronómico. 2.Chaplin: a infância. 3.Georgia Hale. The Gold Rush (1925). Charles Chaplin

Filme: 5/5




1.Ivana Karbanová: the timeless art of beicinho. 2.Jitka Cerhová. 3.Camarada Brejnev: rápido e em força! Esmague toda esta beleza burguesa, liberdade reacionária e sexualidade contra-revolucionária! Sedmikrásky (1966). Vera Chytilová

Filme: 5/5 (Imaginamos o sofrimento, as angústias e as dúvidas existenciais de uma mulher checoslovaca feminista e radicalmente "comunista" após visionar este filme em 1966. Um ser dividido: "uma ode à liberdade da Mulher e à luta contra o patriarcado"; "libertinagem romanesca, formalista, individualista!"; "magnífica aragem de emancipação da Mulher neste regime machista!"; "era matá-las"; "Ivana e Jitka como exemplos paradigmáticos para todas nós: usemos os nossos corpos como armas de arremesso contra o sexismo masculino, derrotemos e esmaguemos o homem no seu próprio terreno libidinoso"; "muitos e belíssimos trabalhos terá a Polícia Política de ter com estas duas flausinas. Não as deixem escapar!"; "velhos, carecas, peles flácidas, babados, tarados!"; "senhores do Partido que muito deram a esta sociedade, na sua vetusta idade, a serem humilhados por duas mensageiras da decadência das chamadas "democracias""; "chegou um novo tempo, uma nova hora: a hora da autonomia do povo em geral e da Mulher em particular, a hora do socialismo de rosto humano!"; "a que horas chegam os tanques?".)









1.Teresa Wright. 2.Cathy O'Donnell. 3.Myrna Loy. 4.Myrna Loy & Fredric March: eram os anos 40. 5.As mãos de Dana Andrews seguram uma foto de Virginia Mayo que muito prazer deverá ter dado ao fotógrafo no momento da revelação. 6.Harold Russell: não há debilidade física que impeça a companhia de uma fiel amiga. 7.Uma menina (Marlene Aames) no foreground e uma menina e dois meninos no background. Como é que sabemos que no foreground está uma menina e no background está uma menina e dois meninos? Porque estávamos em 1946. Em 2046 já não saberemos nada. 8.É um filme com o Gregg Toland como DP, sim senhor. The Best Years of Our Lives (1946). William Wyler

Filme: 5/5







1.Naturezas mortas numa antiquíssima arte chamada "composição". 2.A mercadoria que nos comanda. 3.Liam Neeson e beldades: Schindler sabia que em tempo de guerra ainda é mais premente experimentar uma (ou duas) diferentes por cada noite. 4.Puta que pariu mais o caviar. 5.Vestida com o mínimo de compostura e elegância: só assim uma mulher poderia obter favores de Schindler. 6.Ralph Fiennes & Embeth Davidtz: uma relação como tantas outras que existem por esses matrimónios afora. Schindler's List (1993). Steven Spielberg

Filme: 5/5 (O mais requintado e luxuoso filme exploitation produzido até hoje.)


Sydney Sweeney. The Voyeurs (2021). Michael Mohan

Filme: 0/5 (Rear Window, 2021, versão assexuada. O sexo, no cinema norte-americano contemporâneo, ou não existe (nem explicita nem como tensão implícita) ou então se existe é como aqui: julgado como um comportamento desviante, bizarro, com o seu quê de cómico e que apenas serve de estranho interregno entre as cousas verdadeiramente sérias da "vida real".)


Daisy Ridley. Chaos Walking (2021). Doug Liman

Filme: 1/5




1.Christina Lindberg. 2.Christina Lindberg e um senhor com idade para ser seu avô: not against her will. 3.Christina Lindberg e a delicada arte de imiscuir erotismo no mais corriqueiro quotidiano doméstico. Anita (1973). Torgny Wickman

Filme: 2/5




1.Gafanhotos no forno: presumo que fiquem bem estaladiços. 2.Marie Narbonne. 3.Suliane Brahim. La nuée (2020). Just Philippot

Filme: 3/5 (Não diremos que é literalmente o "filme todo", mas diremos que mais de metade deste "filme de terror" versa sobre as idas de Suliane Brahim ás suas estufas de cultura de gafanhotos, cujos sonoros murmúrios nos enviaram, mais do que uma vez, para um estado de paradisíaco descanso corporal e mental. Mas atenção! Também há por lá "cenas" e "diálogos" e "mensagem" e essas coisas assim.)


Liocha Mirzabekiantz & Mahaut Bodson. Juillet 96 (2020). Michèle Jacob

Filme: 4/5 (Que maravilha que foi, o mês de Julho de 1996. Não divaguemos. Esta belíssima curta-metragem belga é um coming-of-age veraneante que, como todo o filme coming-of-age, coloca aos ombros das suas frágeis personagens a consciência de que "este é aquele verão em que sabes que chegou o momento do fim da infância". Neste particular, e sobretudo, devido ao facto da tua amiga mais velha dos anos anteriores estar agora um bocadinho mais velha e já não ter como pensamento primeiro as ingénuas brincadeiras que partilhava contigo na praia e no quarto e na cozinha e na sala, e etc. Agora ela já pensa noutro tipo de brincadeiras menos ingénuas, as mesmas que em breve tu também irás ter. Nós, seres humanos da vida diária, nunca sabemos, no nosso coming-of-age cinematográfico em tempo real, o preciso momento em que "pronto, acabou a infância, agora é sempre a descer". Mas, e tendo esta curta como molde, e retrospetivamente analisando, talvez possamo-nos lembrar daquele verão de 1993 em que um amigo próximo já não queria jogar à bola e ao ténis, mas antes estar sempre entrelaçado nos braços de uma gambuzina de bikini verde que tinha vindo diretamente de Esposende para o tentar.)



1.Vasilisa Perelygina. 2.Kseniya Kutepova. Dylda (2019). Kantemir Balagov

Filme: 2/5 (Festival Feast. Com uma grande e tensa cena de campos/contracampos a que esses dois frames aludem. Silêncios, palavras de duplo sentido, olhares reveladores.)


Shakira & Rihanna. Can't Remember to Forget You (2014). Joseph Kahn

Filme: 4/5 (A maior parte das pessoas deverá conhecer o ditado "Se a vida te dá limões, faz uma limonada". Bem menos conhecido é o adágio popular que os marinheiros fenícios inventaram numa das suas inúmeras viagens do mediterrâneo oriental até ás terras lusitanas: "Se a vida te dá um esplendoroso rabinho, convida uma amiga que também tem um luxuoso cuzinho e faz um videoclip".)

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