quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

"Este filme não é apenas um filme. É uma obra que capta o zeitgeist de uma época, a sua aura, as suas atribulações. Por isso, deixemos de lado o cinema e concentremo-nos no que nos diz sobre os dias de hoje".

O "Wonder Woman" era um "bom filme" da Marvel porque a heroína era uma mulher. O "Black Panther" é um "bom filme" da Marvel porque o herói é um negro. Agora falta aquele filme da Marvel que é "bom" porque o herói é um idoso transexual que vive num lar e que tem uma filha adoptiva que no seu quarto tem posters do "do Che", da Catarina Eufémia, da Nicole Brenez, e do Cohn-Bandit. Filha essa que está em coma no hospital porque teve um desfalecimento súbito depois de ter sido assediada na rua por um homem sem escrúpulos, que lhe dirigiu um repugnante "Bom dia!". O idoso transexual irá assim vingar a filha adoptiva, e terá como coadjuvantes uma das raparigas das Pussy Riot, um cão-atómico sem sexo e um estudante da Sorbonne. Cameos de Boaventura de Sousa Santos, Noam Chomksy e Paul Krugman.

Por falar em Cohn-Bandit:

Uma das grandes peças de comédia do século XX.