Inglaterra e Croácia protagonizaram um
jogo com a fluidez de um Ford F a caminhar, em 1907, por uma estrada
poeirenta do Alabama. Maus passes, recepções cómicas, pontapés na
hidrosfera, um deleite. Será supresa se alguma destas duas cousas
chegar munto longe na competição; a Croácia por andar a jogar com
praticamente os mesmos jogadores desde a conquista de Ceuta, e a
Inglaterra por ser a Inglaterra. O Phil Foden daria um excelente
rufia num drama do Mike leigh ou do Ken Loach passado no East End
londrino, e o Domagoj Vida sempre me fez recordar um dos terroristas
do Die Hard, aquele que é enviado pelos ares quando o McClane larga
o C4 pelo arranha-céus abaixo. Para os pervertidos sexuais: a Kolinda Grabar-Kitorovc já não é presidente da Croácia.
Desatento, lá se foi espreitando,
durante a primeira parte, o Holanda-Ucrânia. Acordou-se quando os
jogadores se decidiram a marcar golos, todos no segundo tempo. Se eu
tivesse 12 anos e se os únicos jogos que dessem na tv fossem as
finais das competições europeias e estes jogos de Europeus ou Mundiais, é certo e sabido que este jogo iria ficar cravado na
memória para o resto da gloriosa existência de punheteiro, onde,
justamente, se encontra o Inglaterra- Camarões do Mundial de 1990,
ou o Suécia-Inglaterra do Euro de 1992. Assim sendo, enquanto
escrevo estas linhas, nem sei, sem ter de ir ao Google, quem marcou o
segundo golo da Holanda. O Spoorloss, do George Sluizer, é
obra-prima.
Sem comentários:
Enviar um comentário