segunda-feira, 25 de julho de 2022

Frames (13).



Helen Mirren. The Long Good Friday (1980). John Mackenzie

Filme: 3/5 (Criterion #26. Bem tentámos, mas tivemos sérias dificuldades em levar a sério a ferocidade de dentes cerrados do Bob Hoskins- como contraponto à sensualidade diplomática da Helen Mirren e à plácida nobreza do Eddie Constantine. Olhávamos para o seu gangster rústico, para os seus maneirismos e para os seus ataques de fúria, e só víamos o Eddie Valiant. Posto isto, ele está absolutamente credível no papel de "criminoso com honra" numa Londres prestes a entrar na gloriosa década da senhora Thatcher.)



1.Monique van Vooren. 2.Dalila Di Lazzaro. Flesh for Frankenstein (1973). Paul Morrissey

Filme: 3/5 (Criterion #27. Udo Kier, versão Herr Flick from the Gestapo, parte 1.)



1.Dominique Darel. 2.Proletários de todo o mundo, Fodei!. Blood for Dracula (1974). Paul Morrissey

Filme: 4/5 (Criterion #28. Udo Kier, versão Herr Flick from the Gestapo, parte 2. O vampirismo capitalista e parasitário terá de ser esmagado, custe o que custar, de uma maneira ou de outra. O morcego-humano que vive às custas da inocência e virgindade do povo, perdão, de adolescentes aristocráticas, tem de ser destruído sob o peso das massas trabalhadoras. Mas eis que entra em cena a salvação da nossa donzela: o marxista Joe Dallessandro, prestes a cometer o ultrajante e repugnante ato de desflorar a princesa, apenas e só para ela não cair nas garras e dentes do porco-industrial. Tarefa ingrata, mas alguém tem de a fazer. Há que sacrificar os interesses pessoais em prol do coletivo. Como escreveu o Presidente Mao, "a violação de adolescentes não é um chá dançante" (e ele bem sabia do que estava a falar...).)









1.Anne-Louise Lambert. 2.Beleza australiana sem fim. 3.Margaret Nelson. 4.Jane Vallis. 5.Karen Robson. 6.Rachel Roberts. 7.Kirsty Child. 8.Helen Morse. Picnic at Hanging Rock (1975). Peter Weir

Filme: 5/5 (Criterion #29. Não deixa de ser espantoso que o melhor filme da norte-americana Sofia Coppola tenha sido realizado sob o pseudónimo "Peter Weir", na Austrália e quando ela tinha apenas quatro aninhos. Espantoso, mas em perfeita harmonia com a insondável graciosidade deste piquenique, onde três miúdas e uma professora desaparecem em Hanging Rock e nunca mais são vistas (à exceção de uma delas, que não se lembra de nada). Para quem for mau, as imperfeições estão à vista- a música, por mais etérea e condizente com as imagens, ultrapassa ligeiramente a quota máxima de uso, e há um recorrente plano em cima de uma colina que está prestes a desabar para as caves da new age musical. Mas são meras pedritas que não impedem a apreciação desta obra dormente e entorpecedora.) 


Alizée. Gourmandises (2001). Nicolas Hidiroglou

Filme: 4/5 (Em Gourmandises também há um piquenique e a fotografia parece estar envolta no mesmo onirismo de fino tecido de gaze colocado na lente. Clip em massiva rotação no M6, Verão de 2001, na mesma altura em que se descobriam os discos do Neil Young e fazia-se reavaliação dos Beatles. Muninos e muninas envoltos em jogos de sedução. As muninas a chuparem fruta como se estivessem de volta a uma festa romana em 33 A.C. A encantadora Alizée- que mais tarde sucumbiria aos pesadelos das tatuagens- a partilhar enquadramento com pratadas de saborosa comida, fazendo-nos duvidar de para onde dirigir o olhar. Grandes planos sucessivos dos seus lábios reluzentes. Termina tudo em correrias malickianas pelo jardim. Eu ás vezezzz penso que nos clips musicais há motivos não estritamente religiosos e familiarezz.)



1.Lara Wendel. 2.Eva Ionesco. Maladolescenza (1977). Pier Giuseppe Murgia

Filme: 1/5 (Filme para devotos colecionadores de "filmes malditos, controversos e banidos em certos países". Tentativa de encenar jogos de poder bíblico-eróticos infanto/juvenis. Tédio ainda mais bíblico.)




1.Isabelle Huppert. 2.Anamaria Vartolomei. 3.Déborah Révy. My Little Princess (2011). Eva Ionesco

Filme: 1/5 (Deve ter funcionado como terapia fílmica para a Eva Ionesco, cuja infância foi um catálogo de obscenidades- incluindo o Maladolescenza- ao serviço dos interesses "artísticos" da sua mãe. Foi importante para ela, mas não para nós. Não escapa das habituais modorras do mais modorrento dos sub-géneros, o "filme biográfico",)



1.Déborah Révy. 2.Hèléne Zimmer. Desire (2011). Laurent Bouhnik

Filme: 1/5 (I hope men don't give up exploring their fantasies, because it's one of the most fertile fields in movies...- Pauline Kael, 1982. Válido para 1982, como para 2011, como para 2078, como para 2134. Os Brodys, os Shambus e os seus e suas minions que la chupen y que la sigan chupando.)



1.Anamaria Vartolomei. 2.Anna Mouglalis. L'Evénement (2021). Audrey Diwan

Filme: 0/5 (É o prêt-à-porter do filme "grande prémio festivaleiro". É uma construção modelar que agrupa um conjunto de matérias primas que, isoladamente, podem não ter grande força, mas que acorrentadas umas ás outras são tão ou mais fortes que um sistema de mísseis HIMARS. A saber: ser realizado por uma mulher; ter um "tema importante"; reforçar- à martelada dramática- aos convertidos sobre a causa o que estes já sabiam sobre o "tema importante"; e, acima de tudo isto, ter aquela sacrossanta "câmara à mão em cima da personagem principal como mosca em cima de açucar (íamos escrever "merda", mas a Anamaria Vartolomei, além de ser muito bonita, não tem culpa), transmitindo assim toda a imediatez realista dos procedimentos, isto dá quase sempre resultado, obrigadas patrões Dardenne!". E não esquecer a(s) sempre premente(s) cena(s) no cinema francês da matéria dada na sala de aula como espelho da vida da protagonista. Há os filmes informes da Marvel e da DC, e depois há estes filmes informes e disformes pseudo-intimistas para nos "tornar melhores cidadãos!". Lixeira industrial da "relevância temática".)



1.Betty Buckley. 2.Ashlyn Sanchez & Zooey Deschanel. The Happening (2008). M. Night Shyamalan

Filme: 4/5 (O título em inglês do filme anterior fez-me recordar que existe um "Happening" bastante superior.)




1.Meng Li (ao meio) e amiguinhas demonstram aos senhores oligarcas alguns dos prazeres que podem encontrar na China continental. 2.Mais prazeres mandarins. 3.Zhao Tao. Tian Zhu Ding/A Touch of Sin (2013). Jia Zhangke

Filme: 5/5


Zhao Tao. Jia Zhangke, A Guy from Fenyang (2014). Walter Salles

Filme: 4/5 (Há uma cena no Unknown Pleasures em que um tipo tenta subir uma ladeira de terra com uma mota e esta pára. Ele tenta voltar a pôr a mota em funcionamento, mas não o consegue. Isto dura vários minutos. No mesmo plano geral e fixo. Levado pelo meu instinto, deixei ficar a cena assim, sem um único corte. Citado de memória.)



1.Sylvia Chang. 2.Zhao Tao. Shan he gu ren/Mountains May Depart (2015). Jia Zhangke

Filme: 4/5 (Revisão a medo, pois a lembrança era de um filme muito pouco apreciado. Foi preciso chegar ao segmento australiano para me recordar porque é que não tinha gostado do filme na altura. Apesar de tudo, o Jia é um saudosão da boa e velha China maoísta dos valores familiares, do emprego fixo e seguro, da farda azul engomada, do boné aprumado e da chaminé comunitária. Pronto, podem-se acrescentar canções de amor taiwanesas a esse programa. Mas é a única concessão capitalista, fragmentária e desenraizada que se poderá permitir. Genial dança da Zhao Tao na discoteca, uma espécie de "malhão malhão" por entre bojardas tecno infernais.)


Zhao Tao. Jiang hu er nu/Ash Is Purest White (2018). Jia Zhangke

Filme: 5/5 (Back to the Future: The Rise and Fall of the Chinese Dream.)


Brooke Shields. The Blue Lagoon (1980). Randal Kleiser

Filme: 2/5 (A fotografia do Néstor Almendros é tão efetiva na materialidade da áugua e da areia que por pouco não saímos de casa e fomos à praia (de merda) e ao mar (ainda pior) mais próximos. Quanto ao resto, é um filme de um suspense e de uma tensão sexual nada despecienda para as comunidades heterossexual masculina e homossexual feminina. Traduzido por miúdos: quando é que o vento iria levantar o cabelo- que foi literalmente colado ao seu peito- das maminhas da Brooke Shields?)


Brooke Shields. Endless Love (1981). Franco Zeffirelli

Filme: 4/5 (Senhor padre, venho-me confessar. Diz lá, meu filho. Senhor padre, tive pensamentos pecaminosos com a Brooke Shields ao ver o filme Endless Love. Como quais, meu filho? Senhor...vi-me a dar-lhe beijos na face, um nos lábios e outro na testa. Veio-se, meu filho? "Vi-me" do verbo ver, senhor padre. De imaginar cenários. Sim, meu filho. Continuai. Foi só isso, meu senhor. Só? Isso não é especialmente grave.  A não ser que sejas casado, meu filho. Não sou, senhor padre, graças a Deus. Então eu absolvo-te, em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Senhor Padre, ainda tenho mais uma cousa a confessar. Estai à vontade, meu filho. Senhor...gostei bastante do filme do Zeffirelli. Shôr Padre...? Olá? Senhor, que faz aí estendido no chão a espumar da boca?



1.Daryl Hannah & Valérie Quennessen (R.I.P.). 2.Barbara Rush. Summer Lovers (1982). Randal Kleiser

Filme: 2/5 (Mestre Kleiser aumenta ligeiramente a faixa etária em relação ao The Blue Lagoon- maior nudez como resultado-, mas mantêm-se os propósitos de descoberta e iniciação sexual. Neste caso, os da Daryl Hannah, que, coitadinha, é a típica norte-americana agrilhoada numa puritana repressão sexual. E quem a pode ajudar? Obviamente, o ambiente caloroso e libertário das ilhas gregas e a promiscuidade progressista da puta europeia. Pelo meio, entram em cena sentimentos feios e mesquinhos como "ciúme" e "inveja", mas tudo terminará na paz de uma cama para três (ou para quantos mais quiserem lá estar). É como uma bastante divertida extensão do clip Rio, dos Duran Duran.)







1.Eliza Dushku. 2.Kirsten Dunst. 3.Clare Kramer & Nicole Bilderback. 4.Gabrielle Union. 5.Tsianina Joelson. 6.You gotta love those bitches.  Bring It On (2000). Peyton Reed

Filme: 2/5 (Deméritos: está indecisa entre ser uma comédia porcalhona com infusão de valores familiares ou uma comédia familiar com infusão de valores maléficos. Méritos: uma hora e meia de moçoilas em trajes de cheerleader; as sequências de "comédia porcalhona" são efetivas; as lágrimas que nos correram da face quando nos alembrámos de que a fofinha da Kirsten foi selvaticamente introduzida na floresta negra Von Trierana; ter sido um filme inspirador para o leviatã das teen comedies, de seu nome Not Another Teen Movie.)


Marley Shelton. Melissa George. Mena Suvari. Sara Marsh. Rachel Blanchard. Alexandra Holden. Sugar & Spice (2001). Francine McDougall

Filme: 1/5 (Capitalização do sucesso do Bring it On. Não é suficientemente feminazi, nem razoavelmente sexista, nem satisfatoriamente cómica. Anemia pura. Nem tudo brilhou na teen comedy durante o período Clueless-chegada do Facebook. Mesmo com a Marley Shelton.)


Kim Hartman, whit a knowurst that countains a forgery of the painting of the Fallen Madonna with the Big Boobies, by Van Klomp. 'Allo 'Allo!: Season 2, Episode 2 (1985). David Croft

Continuamos na vanguarda da nova idade de oiro da tv. 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Frames (12) + Zé Vilhena.




1.Valérie Boisgel. 2.Não sei quem é, mas é gira. 3.Anna Karina. Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution (1965). J-L G

Filme: 4/5 (Criterion #25. Um mundo onde um homem dá entrada num hotel e é imediatamente acompanhado por uma mulher atraente até à porta do seu apartamento. Depois de entrarem, ela despe-se e enfia-se na banheira, oferecendo ao homem todos os atributos que Deus Nosso Senhor lhe deu. E sem questionamentos posteriores, nem condições, nem jantares com "casais amigos", etc. Um futuro distópico, ruinoso, apocalíptico, isento de humanidade e, sobretudo, de "l'amour". Coitadinhozzz de nós.)



1.Joan Chen. 2.Zhao Tao. Er shi si cheng ji/24 City (2008). Jia Zhangke

Filme: 5/5



1.Zhao Tao. 2.Rebecca Pan. Hai shang chuan qi/I Wish I Knew (2010). Jia Zhangke

Filme: 2/5 (Ao contrário do "documentário" anterior, aqui as entrevistas são um catálogo de interesse desigual entre elas. Quanto ao propósito da Zhao Tao neste filme, é bastante simples: andar à chuva de camisa branca e, embora não tenhamos 100% de certezas, sem sutiã.)


Jennifer Connely. Career Opportunities (1991). Bryan Gordon

Filme: 1/5 (A beleza quase ofensiva da Jennifer. Um jantar apetitoso entre ela e o Frank Whaley no meio de um centro comercial completamente vazio. E ela a montar um pónei de brincar por entre os olhares rebarbados de trés hómes. É isso. Escola John Hughes 1984-1991= atribuir pretensões "adultas" e "sociologicamente meritórias" a premissas tão ou mais absurdas do que as das teens comedys da mesma altura. À excepção do Home Alone.)




1.Jennifer Connely. 2.Kate Winslet. 3.Jane Adams. Little Children (2006). Todd Field

Filme: 3/5 (Narração dispensável.)


Madeleine Desdevises. La Drôlesse (1979). Jacques Doillon

Filme: 4/5 (Foi uma tragédia que impediu a Madeleine Desdevises de ter uma vida. Foi a mesma tragédia que igualmente evitou que ela rompesse a decisão que fez após este seu primeiro- e último- filme: desligar-se completamente do cinema. Ficou assim para a posteridade um registo único de doçura, saguez, agressividade oportunista e ingenuidade sexual.)





1.Quadro: "María Luisa García- montadora e as suas perfeições". 2.Aurélie Sterling & Fejria Deliba. 3.Isabelle Hurtin comete o erro de entrar na casa de Bruno Cremer. 4.Fabienne Babe. De bruit et de fureur (1988). Jean-Claude Brisseau

Filme: 5/5 (Como não sei- nem me interessa- o posicionamento do Brisseau sobre a personagem do Bruno Cremer, fico sem conhecer o real significado dos posters do Rocky III, do Flashdance e do Raiders of the Lost Ark que se encontram espalhados pela sua casa. Mas gostei de ver. Ia a Fátima a pé- e os últimos dois kilómetros já de joelhos- se soubesse que o Brisseau gostava do Adrian Lyne.)



1.Vanessa Paradis. 2.Ludmila Mikael. Noce Blanche (1989). Jean-Claude Brisseau

Filme: 5/5 (Alguns apontamentos dispersos sobre o planeta Terra. O planeta Terra é um dos nove planetas do sistema solar, sendo um dos quatro terrestres, e o terceiro a contar da sua estrela. Tem uma lua, chamada "Lua". A sua galáxia chama-se Via Láctea. A sua idade situa-se nos 4,5 mil milhões de anos, tendo chegado sensivelmente a meio da sua existência. O seu futuro terminal ainda é uma incógnita, estando-se na dúvida se irá ser absorvido pelo Sol na sua fase "gigante vermelho" ou se irá vagabundear pelo espaço sideral depois da sua estrela ter diminuído até ao tamanho de um planeta. A Terra também é o único objcto celeste onde até hoje se encontrou vida. Mais espantoso: é o único corpo sólido em toda a vastidão do universo onde o Batman do Reeves é considerado um "ganda filme". Além disso,  é um assombroso e intrincado sistema de relações entre pessoas, animais, objctos e matérias primas. Se a coabitação entre dinossauros e homens nunca foi possível, o mesmo não se poderá dizer da coexistência pacífica entre a Vanessa Paradis de Noce Blanche e uma Molly Haskell. Mais especificamente: entre a cidadã Vanessa Chantal Paradis, que a meio filme, e depois de fazer uma brilhante dissertação na aula, começa a rir para a câmara como uma criança que ficou toda envergonhada por um elogio, e uma carcaça gasta dos "estudos de género".)

Vanessa na pré-produção de Noce Blanche



1.Angela Lansbury. 2.Ingrid Bergman. Gaslight (1944). George Cukor

Filme: 4/5 (O tour de force final da Ingrid é mauzinho e impede a grandeza total.)


Loretta Young leva um lápes à boca enquanto olha para um aluno. Há quem jure que isso tem um qualquer significado inconsciente. The Accused (1949). William Dieterle

Filme: 3/5 (Impressionante a bateria de insultos sexistas que a Loretta Young leva neste filme, que os recebe com a cortesia e a calma de quem sabe que está num noir e que bastando levantar um pouco mais a saia os machos irão inevitavelmente sucumbir. Brilhante professora de psicologia, não munto caprichosa na aparência e vivendo sozinha, a sua personagem só poderá ter qualquer sucesso com os hómes se auto-destrur o seu intelecto, vestir-se e maquilhar-se conforme as modas da sedução, e deixar que o elemento masculino lidere a situação. Numa cena em que o Robert Cummings a vê pela primeira vez toda produzida, eis o que sai da boca do hóme patriarcal: "your brains don't show!". Tempos de seguras dicotomias, onde jamais- pelo menos simultaneamente- poderiam existir na mesma pessoa a "mulher inteligente" e a "mulher boa comó milho". Para onde eles foram, Dr. Pedro Pinto?)





1.Liv Ullmann. 2.Jill Ireland. 3.Yannick Delulle. 4.Yannick Deheth. De la part des copains (1970). Terence Young

Filme: 2/5 (Um filme em que o Charles Bronson e a Liv Ullmann são casados, vivem na Côte d'Azur e em que o James Mason é o vilão. E com todos os diálogos pós-sincronizados. Em face disto, até perdoamos aquela cansativa perseguição automobilistica à Bullitt.)

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1.Leilani Sarelle (a gloriosa Roxy do Basic Instinct). 2.Nicole Kidman. Days of Thunder (1990). Tony Scott

Filme: 3/5 (A maturidade que nos acometeu ao longo dos anos fez-nos temer que iríamos detestar a revisão deste filme, mas tais receios foram imediatamente postos no lixo quando vimos a bandeira da Confederação nos planos iniciais. Filme para ver numa tela gigante, colocada fora de casa, no meio de um churrasco noturno. Vestimenta adequada: t-shirt cavada. Forma física adequada: barriga proeminente. Comportamento adequado: arrotar cerveja e coçar os colhões. Um dos filmes mais controlados do Scott, mesmo sendo com carros a 300 klms/h numa pista.)


Tony Lysaith. Red Hook Summer (2012). Spike Lee

Filme: 1/5 



1.Qianru Zhang. 2.Lu Huang. Liu Yu Tian (2019). Zu Feng

Filme: 2/5 (Um police procedural na esteira de um Memories of Murder (até tem o polícia comilão e humorístico) que se vai transformando noutra cousa menos interessante. Leis cinematográficas que deveriam estar inscritas em tábuas sagradas: 1) jamais usar pianinho na banda sonora. Abrir excecão ao Clint Eastwood, apenas. 2) Jamais filmar cenas sexuais com a câmara colada aos corpos e com o sempre inevitável plano da cuequinha da senhora a ser tirada em movimento frenético, com a sua perna estrategicamente colocada para na mostrar mais nada. Ou ela é tirada fora do campo de visão, ou então é tirada e mostram tudo. Ou então nem sequer a tiram. Faz-se uma elipse de 1 mês, como nos clássicos.)



1.Markella Kavenagh. 2.Maiah Stewardson. My First Summer (2020). Katie Found

Filme: 2/5 (Tradução: my first kiss and first love making with another girl. Nada de especialmente spicy- ainda bem, pra isso termos o porno japonês- mas fica na memória o envolvimento sensorial dos pequenos gestos. Naturalismo não-ofensivo.)


Jami Gertz. Crossroads (1986). Walter Hill

Filme: 2/5 (Um filme que tem uns bons quinze minutos dedicados a solos de guitarra- ainda por cima com o "mestre" Steve Vai- nunca poderá alcançar grandes alturas.)


Rhianne Barreto. Share (2019). Pippa Blanco

Filme: 1/5 (Filme sobre um "delicado assunto atual", com "atuações de um jovem elenco a denotar grande naturalidade", e com "uma câmara kinética e de grande mobilidade junto dos rostos e corpos dos atores". E muito phatos e mais phatos. Sundance, here we go!)


Robyn Lynne Raab. Orgazmo (1997). Trey Parker

Filme: 2/5 (A comédia non-sense e anti-civilizacional do Trey Parker parece um peixe quase sempre fora de áugua no registo live action. Purgatório entre o "mau filme de um fã como homenagem a maus filmes" e o "não tivemos mais dinheiro, saiu isto". Menções honrosas para as presenças do Ron Jeremy e do grande Max Hardcore.)


Sónia Bandeira & Fábio Oliveira, num production and costume design dignos de um porno do Max Hardcore. Aquele Querido Mês de Agosto (2008). Miguel Gomes

Filme: 4/5 (Mantenho isto tudo, com a ressalva de que a conversa final entre o Gomes e o Vasco Pimentel é uma barrigada de riso de chico-espertice, e de que, depois da agonia física dos vinte minutos aguentados do Mil e uma Noites, só voltamos a ver um filme seu quando o mesmo tiver três atos e possuir personagens genéricas e facilmente identificáveis.)


Drew Allen, Max Hardcore's girl par excellence.

Devido à natureza familiar do blogo e aos valores que nele são veiculados, não descreveremos absolutamente nenhuma das atrocidades que a bela Drew sofreu nas mãos do velhaco pervertido do Max. Rezemos.