Uma das costumeiras perguntas do molhado adepto de futebol: e se as seleções da Croácia, da Sérvia, da Eslovénia e do Montenegro se juntassem e fizessem uma única equipa? Ai Jesus que ninguém a pararia. Num espaço de meia dúzia de anos venceriam quatro europeus, dois campeonatos do mundo, uma Taça Davis e um Leopardo em Locarno. Por incrível que possa parecer, essa junção de países diferentes relativamente perto uns dos outros já sucedeu no passado; deram-lhe o nome de Jugoslávia (eu lembro-me, ainda tenho aqui a caderneta do Itália-90 para me certificar de que não foi tudo um sonho). Ora, essa Jugoslávia, pese embora os seus méritos, teve uma presença modesta em Mundiais (melhores resultados: 4º lugar em 1930, logo na primeira edição, e 1962), e nos Europeus foi duas vezes finalista vencida (1960 e 1968). Vá lá, venceu os Olímpicos de 1960. Numa seleção de pouco gabarito (Malta ou Inglaterra, por exemplo) seriam muito bons resultados, mas para uma equipa que albergava um vastíssimo conjunto dos melhores jogadores da europa*, o desiderato é frustrante. As razões podem-se encontrar nos minutos finais do Eslovénia-Sérvia de ontem, quando por momentos pressentimos o renascimento de nova guerra nos balcãs: copos de cerveja a voar para cima do Oblak, jogadores sérvios e eslovenos a empandeirarem-se violentamente uns aos outros, mulheres sérvias no público a prometerem ás eslovenas que as "esganariam lá fora", etc. Ora, se isto acontece num espaço aberto e televisionado, o que será que acontecia no balneário fechado e privado da seleção jugoslava? E isto mesmo com o unificador, grandioso e anti-soviético Tito aos comandos da nação.
* e, como se sabe através do documentário Rocky IV, todos os atletas para lá da cortina de ferro drogavam-se, para assim aumentarem a sua performance desportiva. E mesmo assim os jugoslavos não ganharam nada!
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