A seleção da Croácia já foi como a da Albânia: jovem, fresca, cheia de ganas de participar pela primeira (ou neste caso, a segunda vez) numa grande competição internacional. Em que cada ação atacante e cada remate são celebrados como um clímax desportivo. Mas vinte e oito anos depois de ter participado no Euro 1996, e duas grandiosas gerações de jogadores depois, a Croácia já evidencia um acelerado processo de puta gasta de Euros & Mundiais, em que devido ás altas expectativas que lhe são colocadas em cima, o seu desempenho nunca parece muito bom, por mais satisfatório que seja. Por exemplo, a Albânia venderia metade das suas praias para ter no seu elenco um avançado como o Kramaric, que na Croácia dos dias de hoje é apenas mais um Karadas que por ali anda. Além do mais, a discrepância de performance dos croatas em mundiais e europeus leva-nos a concluir que sofrem do mesmo mal daqueles tenistas que levam tudo á frente em Wimbledon mas em Roland Garros olham babados para uma raquete antes do primeiro serviço.
Apesar de nova vitória, não foi ainda desta que a Alemanha provou que não é um tigre de papel. Estamos em crer que bastaria a Hungria ter um Puskás a avançado e uma Marta Mészáros como média-ofensiva e o resultado de ontem teria sido diferente. Se calhar...estaremos a romancear e a idealizar demasiado as seleções alemãs do antigamente (como aqueles jovens "revolucionários" que, sem se rirem, romanceiam e idealizam outros jovens "revolucionários" que mais tarde transformar-se-ão em dejetos humanos ditatoriais), mas estamos em crer que no meio do "cinzentismo", "pragmatismo", "realismo" e "frieza" teutónicas não havia espaço para providenciar tamanhas veleidades como os magiares tiveram ontem. Só mudaremos de opinião quando a equipa da casa defrontar uma seleção de futebol que não tenha deixado de ser relevante no mundo da bola nos anos setenta do século XX. E aquele avançado da Hungria, o Martin Ádám? Deslarguem-no a ele e a um pau de marmeleiro no Donbass e a guerra na Ucrânia termina em duas horas.
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