Se o 25 de Abril tivesse resultado, não teria havido Vanda.
Pedro, em conversa.
Esta caralhada do 25 de Abril (ou "o 25 de Abril", como escreve o Dr. Vasco Pulido Valente) não ter resultado faz-me sempre lembrar aquela passagem do Joe Gould Secret's, do Joseph Mitchell, em que o Joe anda a passear os seus trapos e começa a escutar o que diz a burguesia esquerdalha refastelada nas cadeiras das esplanadas de Greenwich Village. Falam das revoluções do futuro, do capitalismo "nojento" que anda para aí, das desigualdades sociais, da pobreza, do "dinheiro dos ricos", de que é preciso levantar o rabo da cadeira, de tornar a "sociedade mais justa", de mais isto e aquilo, tudo bem recheado com bolos na barriga, café abundante, gelados e vinhos dos mais caros. Melhor que isto só os "revolucionários" que tecem loas a esse cancro chamado Coreia da Norte enquanto visitam pornolândia na internet e a seguir planeiam umas viagens ás Caraíbas e logo depois compram uma nova câmara de filmar online e terminam a noite a mandar o presidente da república pá cona da tia dele num qualquer artigo do Correio da Manhã ou assim. Mas voltando ao 25 de Abril: sim, sim, não resultou nadinha. Nem na saúde, nem na educação, nem na cultura, nem no desporto (só se foi pelo Benfica ganhar cada vez menos, ó Pedro), nada, nada. Não, agora a sério: só quem vive ou viveu num planeta de fantasia é que acha que o 25 de Abril não resultou, mesmo com todos os erros e contradições que aconteceram pelo caminho. Ou isso ou é mais uma acha para o papel de poseur de eterno descontente com a sociedade. "Tenho de dizer estas coisas, já fazem parte de mim. Já esperam isto de mim, " (prefiro a segunda hipótese, até porque conheço um blogger que só quase sabe escrever "caralho", "punheta" e "Serra", e já mal consegue sair dessa personagem).Além disso, devias agradecer o suposto acto falhado do 25 de Abril: assim , provavelmente, não farias os teus Pierros della Francescas. Olha que caralho. Punheta. Serra.