Na primeira (e única, salvo erro) que vi a Émilie Dequenne num filme- e já lá devem ir uns treze anos-, estava ela no meio de lama e a lutar pela vida como se as últimas palavras do Snake Plissken no Escape from L.A se tivessem concretizado em cheio. E agora, num daqueles filmes que estreiam ao roliço, perdidos entre as desgraças nicolonianas e as patifarias dos Abrams, surge uma figura oposta, perdida em desabamentos emocionais, incapaz não de sobreviver, mas simplesmente de viver. E mais bela do que nunca. À perdre la raison, tirando umas pitadas de miserabilismo (estou-me cagando), é daqueles "dramas" que funcionam pela táctica da "bomba-relógio": sabemos, desde o início, como vai tudo acabar, mas queremos ver, queremos saborear, queremos escalavrar a bu...perdão, queremos escalavrar o como de tal fim "dantesco". Chantagem emocional? Estou-me cagando. Manipulação? Cagando. Insípido retrato de "choque de culturas"? Camilo Lourenço. E, ó glória, até a cada vez mais corriqueira "câmara colada aos corpos" passa invisível por tamanha simplicidade de processos. Niels Arestrup é o melhor actor do mundo. Talvez só ultrapassado pelo Luís Esparteiro, a quem já pedimos que entre no Fast and Furious 8.