segunda-feira, 18 de julho de 2022

Frames (12) + Zé Vilhena.




1.Valérie Boisgel. 2.Não sei quem é, mas é gira. 3.Anna Karina. Alphaville, une étrange aventure de Lemmy Caution (1965). J-L G

Filme: 4/5 (Criterion #25. Um mundo onde um homem dá entrada num hotel e é imediatamente acompanhado por uma mulher atraente até à porta do seu apartamento. Depois de entrarem, ela despe-se e enfia-se na banheira, oferecendo ao homem todos os atributos que Deus Nosso Senhor lhe deu. E sem questionamentos posteriores, nem condições, nem jantares com "casais amigos", etc. Um futuro distópico, ruinoso, apocalíptico, isento de humanidade e, sobretudo, de "l'amour". Coitadinhozzz de nós.)



1.Joan Chen. 2.Zhao Tao. Er shi si cheng ji/24 City (2008). Jia Zhangke

Filme: 5/5



1.Zhao Tao. 2.Rebecca Pan. Hai shang chuan qi/I Wish I Knew (2010). Jia Zhangke

Filme: 2/5 (Ao contrário do "documentário" anterior, aqui as entrevistas são um catálogo de interesse desigual entre elas. Quanto ao propósito da Zhao Tao neste filme, é bastante simples: andar à chuva de camisa branca e, embora não tenhamos 100% de certezas, sem sutiã.)


Jennifer Connely. Career Opportunities (1991). Bryan Gordon

Filme: 1/5 (A beleza quase ofensiva da Jennifer. Um jantar apetitoso entre ela e o Frank Whaley no meio de um centro comercial completamente vazio. E ela a montar um pónei de brincar por entre os olhares rebarbados de trés hómes. É isso. Escola John Hughes 1984-1991= atribuir pretensões "adultas" e "sociologicamente meritórias" a premissas tão ou mais absurdas do que as das teens comedys da mesma altura. À excepção do Home Alone.)




1.Jennifer Connely. 2.Kate Winslet. 3.Jane Adams. Little Children (2006). Todd Field

Filme: 3/5 (Narração dispensável.)


Madeleine Desdevises. La Drôlesse (1979). Jacques Doillon

Filme: 4/5 (Foi uma tragédia que impediu a Madeleine Desdevises de ter uma vida. Foi a mesma tragédia que igualmente evitou que ela rompesse a decisão que fez após este seu primeiro- e último- filme: desligar-se completamente do cinema. Ficou assim para a posteridade um registo único de doçura, saguez, agressividade oportunista e ingenuidade sexual.)





1.Quadro: "María Luisa García- montadora e as suas perfeições". 2.Aurélie Sterling & Fejria Deliba. 3.Isabelle Hurtin comete o erro de entrar na casa de Bruno Cremer. 4.Fabienne Babe. De bruit et de fureur (1988). Jean-Claude Brisseau

Filme: 5/5 (Como não sei- nem me interessa- o posicionamento do Brisseau sobre a personagem do Bruno Cremer, fico sem conhecer o real significado dos posters do Rocky III, do Flashdance e do Raiders of the Lost Ark que se encontram espalhados pela sua casa. Mas gostei de ver. Ia a Fátima a pé- e os últimos dois kilómetros já de joelhos- se soubesse que o Brisseau gostava do Adrian Lyne.)



1.Vanessa Paradis. 2.Ludmila Mikael. Noce Blanche (1989). Jean-Claude Brisseau

Filme: 5/5 (Alguns apontamentos dispersos sobre o planeta Terra. O planeta Terra é um dos nove planetas do sistema solar, sendo um dos quatro terrestres, e o terceiro a contar da sua estrela. Tem uma lua, chamada "Lua". A sua galáxia chama-se Via Láctea. A sua idade situa-se nos 4,5 mil milhões de anos, tendo chegado sensivelmente a meio da sua existência. O seu futuro terminal ainda é uma incógnita, estando-se na dúvida se irá ser absorvido pelo Sol na sua fase "gigante vermelho" ou se irá vagabundear pelo espaço sideral depois da sua estrela ter diminuído até ao tamanho de um planeta. A Terra também é o único objcto celeste onde até hoje se encontrou vida. Mais espantoso: é o único corpo sólido em toda a vastidão do universo onde o Batman do Reeves é considerado um "ganda filme". Além disso,  é um assombroso e intrincado sistema de relações entre pessoas, animais, objctos e matérias primas. Se a coabitação entre dinossauros e homens nunca foi possível, o mesmo não se poderá dizer da coexistência pacífica entre a Vanessa Paradis de Noce Blanche e uma Molly Haskell. Mais especificamente: entre a cidadã Vanessa Chantal Paradis, que a meio filme, e depois de fazer uma brilhante dissertação na aula, começa a rir para a câmara como uma criança que ficou toda envergonhada por um elogio, e uma carcaça gasta dos "estudos de género".)

Vanessa na pré-produção de Noce Blanche



1.Angela Lansbury. 2.Ingrid Bergman. Gaslight (1944). George Cukor

Filme: 4/5 (O tour de force final da Ingrid é mauzinho e impede a grandeza total.)


Loretta Young leva um lápes à boca enquanto olha para um aluno. Há quem jure que isso tem um qualquer significado inconsciente. The Accused (1949). William Dieterle

Filme: 3/5 (Impressionante a bateria de insultos sexistas que a Loretta Young leva neste filme, que os recebe com a cortesia e a calma de quem sabe que está num noir e que bastando levantar um pouco mais a saia os machos irão inevitavelmente sucumbir. Brilhante professora de psicologia, não munto caprichosa na aparência e vivendo sozinha, a sua personagem só poderá ter qualquer sucesso com os hómes se auto-destrur o seu intelecto, vestir-se e maquilhar-se conforme as modas da sedução, e deixar que o elemento masculino lidere a situação. Numa cena em que o Robert Cummings a vê pela primeira vez toda produzida, eis o que sai da boca do hóme patriarcal: "your brains don't show!". Tempos de seguras dicotomias, onde jamais- pelo menos simultaneamente- poderiam existir na mesma pessoa a "mulher inteligente" e a "mulher boa comó milho". Para onde eles foram, Dr. Pedro Pinto?)





1.Liv Ullmann. 2.Jill Ireland. 3.Yannick Delulle. 4.Yannick Deheth. De la part des copains (1970). Terence Young

Filme: 2/5 (Um filme em que o Charles Bronson e a Liv Ullmann são casados, vivem na Côte d'Azur e em que o James Mason é o vilão. E com todos os diálogos pós-sincronizados. Em face disto, até perdoamos aquela cansativa perseguição automobilistica à Bullitt.)

.


1.Leilani Sarelle (a gloriosa Roxy do Basic Instinct). 2.Nicole Kidman. Days of Thunder (1990). Tony Scott

Filme: 3/5 (A maturidade que nos acometeu ao longo dos anos fez-nos temer que iríamos detestar a revisão deste filme, mas tais receios foram imediatamente postos no lixo quando vimos a bandeira da Confederação nos planos iniciais. Filme para ver numa tela gigante, colocada fora de casa, no meio de um churrasco noturno. Vestimenta adequada: t-shirt cavada. Forma física adequada: barriga proeminente. Comportamento adequado: arrotar cerveja e coçar os colhões. Um dos filmes mais controlados do Scott, mesmo sendo com carros a 300 klms/h numa pista.)


Tony Lysaith. Red Hook Summer (2012). Spike Lee

Filme: 1/5 



1.Qianru Zhang. 2.Lu Huang. Liu Yu Tian (2019). Zu Feng

Filme: 2/5 (Um police procedural na esteira de um Memories of Murder (até tem o polícia comilão e humorístico) que se vai transformando noutra cousa menos interessante. Leis cinematográficas que deveriam estar inscritas em tábuas sagradas: 1) jamais usar pianinho na banda sonora. Abrir excecão ao Clint Eastwood, apenas. 2) Jamais filmar cenas sexuais com a câmara colada aos corpos e com o sempre inevitável plano da cuequinha da senhora a ser tirada em movimento frenético, com a sua perna estrategicamente colocada para na mostrar mais nada. Ou ela é tirada fora do campo de visão, ou então é tirada e mostram tudo. Ou então nem sequer a tiram. Faz-se uma elipse de 1 mês, como nos clássicos.)



1.Markella Kavenagh. 2.Maiah Stewardson. My First Summer (2020). Katie Found

Filme: 2/5 (Tradução: my first kiss and first love making with another girl. Nada de especialmente spicy- ainda bem, pra isso termos o porno japonês- mas fica na memória o envolvimento sensorial dos pequenos gestos. Naturalismo não-ofensivo.)


Jami Gertz. Crossroads (1986). Walter Hill

Filme: 2/5 (Um filme que tem uns bons quinze minutos dedicados a solos de guitarra- ainda por cima com o "mestre" Steve Vai- nunca poderá alcançar grandes alturas.)


Rhianne Barreto. Share (2019). Pippa Blanco

Filme: 1/5 (Filme sobre um "delicado assunto atual", com "atuações de um jovem elenco a denotar grande naturalidade", e com "uma câmara kinética e de grande mobilidade junto dos rostos e corpos dos atores". E muito phatos e mais phatos. Sundance, here we go!)


Robyn Lynne Raab. Orgazmo (1997). Trey Parker

Filme: 2/5 (A comédia non-sense e anti-civilizacional do Trey Parker parece um peixe quase sempre fora de áugua no registo live action. Purgatório entre o "mau filme de um fã como homenagem a maus filmes" e o "não tivemos mais dinheiro, saiu isto". Menções honrosas para as presenças do Ron Jeremy e do grande Max Hardcore.)


Sónia Bandeira & Fábio Oliveira, num production and costume design dignos de um porno do Max Hardcore. Aquele Querido Mês de Agosto (2008). Miguel Gomes

Filme: 4/5 (Mantenho isto tudo, com a ressalva de que a conversa final entre o Gomes e o Vasco Pimentel é uma barrigada de riso de chico-espertice, e de que, depois da agonia física dos vinte minutos aguentados do Mil e uma Noites, só voltamos a ver um filme seu quando o mesmo tiver três atos e possuir personagens genéricas e facilmente identificáveis.)


Drew Allen, Max Hardcore's girl par excellence.

Devido à natureza familiar do blogo e aos valores que nele são veiculados, não descreveremos absolutamente nenhuma das atrocidades que a bela Drew sofreu nas mãos do velhaco pervertido do Max. Rezemos.

Sem comentários: