segunda-feira, 4 de julho de 2022

Frames (10).



1.Katharine Hepburn. 2.Isa Miranda. Summertime (1955). David Lean

Film: 5/5 (Criterion #22)



1.Nancy Allen. 2.Bob Morton (Miguel Ferrer) passa os últimos momentos da sua vida rodeado dos bens estritamente essenciais: cocaína, tinto e mulherio (Joan Pirkle & Diane Robin). Robocop (1987). Paul Verhoeven

Filme: 5/5 (Criterion #23. Bem me parecia ser o John Landis naquele anúncio ao 6000 SUX Comercial.)


Wang Hongwei imperturbável perante os diabólicos apelos cativantes de Hao Hongjian. Xiao Wu/Pickpocket (1997). Jia Zhangke

Filme: 5/5 (Segundo filme de Jia, embora o primeiro a ser visto por mais do que meia dúzia de gatos pingados. Início da trilogia não-oficial intitulada "Todos os edifícios deste filme estão destruídos". É uma beleza bastante singular de ruínas, de sucessivos cigarros a serem fumados, de tédio contemplativo, de interiores obscuros e pejados de desarrumação, e de incipiente ocidentalização no meio do caos. Como se costuma dizer a propósito da obra inicial de um cineasta respeitado, "já lá 'tá tudo", incluindo canções do amor e amores não correspondidos e/ou desencontrados no tempo.)



1.Zhao Tao. 2.Yang Lina. Zhantai/Platform (2000). Jia Zhangke

Filme: 4/5 (Em relação ao filme anterior, há um menor "mergulho" físico nas paisagens e uma maior distância emocional em relação ás personagens. Começa com os destroços do "homem novo socialista"- termo carinhosamente aplaudido pela rataria intelectualóide-burguesa europeia- no final dos anos 70, e termina com uma muito sossegada e bela vida conjugal- fruto das drásticas mudanças operadas pelo grande Presidente Deng Xiaoping  Segundo tomo da trilogia "Todos os edifícios deste filme estão destruídos" e o início do reinado de Zhao Tao. Aliás, românticos como somos, acreditamos que aquele longo plano geral e fixo em que a Zhao desmancha as duas trancinhas com todo o cuidado marca o momento em que o Jia se apaixonou por ela. Também é possível que ele apenas tenha gostado de ver uma pessoa em pé junto a uma parede.)



1.Zhao Tao. 2.Zhou Qinfgeng. Ren xiao yao/Unknown Pleasures (2002). Jia Zhangke

Filme: 5/5 (Regresso ao pó, à falta de tijolos, às paredes sem tinta e à câmara móvel de Pickpocket. Rodado em 2001, estabelece ligação direta com a primeira parte de Ash Is Purest White, com a Zhao Tao a usar a mesma peruca e tudo. Confirma-a como 'celente actriz e uma das melhores dançarinas da "magia da tela". Fim da trilogia "Todos os edifícios deste filme estão destruídos". A partir de The World, vislumbram-se os passos seguintes: edifícios completos, canções da Sally Yeh, relação irónica com os filmes do John Woo e uma ambiência estética mais "perfume chanel". A Zhao, no entanto, continuará a dançar.)





1.Déborah François. 2.Emmanuel Mouret vítima de assaulto libidinal por parte de dulcificadas tentações. 3.Frédérique Bel. 4.Judith Godrèche. Fais-moi Plaisir! (2009). Emmanuel Mouret

Filme: 3/5 (Filme de pura vaidade pessoal do Mouret. Mundos imaginários onde, por onde quer que ele se vire, tem ao seu dispor uma namorada escultural que anda nua por casa, tem um caso com a filha do presidente francês e com a meiga criada daquela, e ainda é seduzido em grupo pelas irmãs da criada, que ao que parece dormem todas no mesmo quarto. Cenários de fantasia onde, por mais atabalhoado à la Mr. Bean que ele seja, há sempre uma bela mulher para o amparar. Luminoso e raivoso anti-feminismo (mera constatação). Pode irritar muito. Não a nós, que ainda mijamos em pé e arrotamos a ver bola.)



1.Sofia Kappel. 2.Evelyn Claire. Pleasure (2021). Ninja Thyberg

Filme: 3/5 



1.Clara Galle. 2.Natalia Azahara. Através de mi ventana (2022). Marçal Forés

Filme: 1/5 (O munino é mau e rebelde. E rico. Mas a munina, embora ciente dos perigos, está maluquinha pelo munino. Não lhe consegue resistir. Já o munino, ao início, vê a munina apenas como um brinquedo sexual para explorar, tal e qual como faz com as outras. A munina fica zangada. A munina descobre que o munino rebelde tem é...medo de se comprometer! Valiosas lições de vida e do amori seguir-se-ão. Ora, como fãs da inenarrável série de filmes After, não poderíamos deixar escapar a versão espanhola-netflix- e bem mais explícita. Até a actriz principal partilha imensas parecenças físicas com a Josephine Langford. Já não temos o Zalman King, portanto, resta-nos este erotismo-pimba-Jane Austiano para toda a família. Para quando a versão portuguesa?)






1.Sofia Vergara. 2.Vanessa Paradis. 3.Sharon Stone. 4.Woody num dos templos da cultura ocidental. 5.Loan Chabanol. Fading Gigolo (2013). John Turturro

Filme: 3/5 (Filme de pura vaidade pessoal do Turturro. Mundos imaginários onde a Sofia Vergara, a Sharon Stone e a Vanessa Paradis o desejam. Cenários de fantasia onde um hóme chega a casa e tem a Sharon e a Sofia juntas na cama, em lingerie, à espera de ação. Dicotomia entre as "estouvadas" Stone e Vergara vs a "inocente" Vanessa. Um filme de luminoso e raivoso anti-feminismo (mera constatação). Pode irritar bastante. Não a nós, evidentemente.)


Marian Anderson. Marian Anderson: The Lincoln Memorial Concert (1939). Marian Anderson, Harold L. Ickes & Kosti Vehanen

Filme: 2/5 (É um filme-testemunho e está na coleção Treasures from American Film Archives.)


Jovem italiana nas grutas de San Pietro, Itália, circa 1944. San Pietro (1945). John Huston

Filme: 2/5 (É um filme-testemunho e está na coleção Treasures from American Film Archives.)




1.Pauline Moore. 2.Judith DickensArleen Whelan & Alice Brady. 3.Marjorie Weaver. Young Mr. Lincoln (1939). John Ford

Filme: 5/5 (Happy Birthday, USA.)


Amy Ryan, num idílíco momento Norman Rockwell. Bridge of Spies (2015). Steven Spielberg

Filme: 3/5 (Despudorada- e superior- propaganda da superioridade moral dos U.S.A. sobre a URSS. Mas não de todos os U.S.A. Apenas dos U.S.A. democrático-liberais. Os republicanos-conservadores são maus e obtusos.)





1.Lori Loughlin. 2.Kelly Preston (R.I.P.). 3.Leigh Taylor-Young. 4.Dee Wallace. Secret Admirer (1985). David Greenwalt

Filme: 2/5 (Filme visto em criança e que nos incutiu o amargo sabor a injustiça. Como era possível o C. Thomas Howell preferir a bimba boazona da Kelly Preston à formosa inteligência e sagez da Lori Loughlin? E como era possível a argúcia encantadora da Lori andar perdida de amores pelo azeiteiro do C. Thomas? Algo que nos deve ter levado a pensar que isto dos cinemas é bem mais sério, plausível e realista do que parece. 78 anos depois dessa primeira visão, e mitigados os sentimentos de iniquidade, resta-nos os prazeres de uma comédia gostosamente conservadora dos anos 80, embora com matéria de enganos e subversões que fariam a delícia do shôr Lubitsch. Sobretudo através da personagem do Fred Ward (R.I.P). Ainda se fazem frat-partys?)



1.Amanda Peterson (R.I.P.). 2.Tina Caspary & Darcy DeMoss. Can't Buy Me Love (1987). Steve Rash

Filme: 3/5 (Para se ter uma ideia do com o que estamos a lidar: A Amanda Peterson e o Seth Green, respetivamente com 15 e 12 anos na altura da rodagem do filme, são as personagens mais "sofisticadas", "adultas", "maturas" e "responsáveis" em Can't Buy Me Love. Sendo que a primeira interpreta a "spoiled and popular girl" e o segundo o "smart ass younger brother of the loser/hero". Há teen comedies- mesmo nas dos anos 80- que, por mais toscas que sejam, e embora timidamente, é certo, procuram conferir os mínimos módicos de "profundidade" a uma ou duas personagens. Aqui estamos no grau zero, na terraplanagem total, no fundo do tacho dos estereótipos do género. É a pureza total, a regra e o esquadro de todas as convenções possíveis. Nada de merdas desviantes e corruptoras. Glorioso.)



1.Shauna Macdonald. 2.Natalie Mendoza. The Descent (2005). Neil Marshall

Filme: 3/5 (Muito bom filme enquanto conto claustrofóbico-misterioso no interior de uma gruta. Perde o interesse mal entram em cena alguns deputados do parlamento venezuelano e cubano, e que são uma reiteração física do que antes era apenas abstracto.)



1.Kestie Morassi. 2.Cassandra Magrath. Wolf Creek (2005). Greg McLean

Filme: 3/5 (Muito bom filme enquanto conto paisagístico-sensorial do verdadeiro e belo horror que são os espaços abertos da Austrália. Vai perdendo o interesse depois de entrar em cena uma mistura de militante rural do Chega e membro do KKK, e que é uma reiteração física do que antes era apenas imaterial. Deliverance só houve um.)


Kim Novak. 5 Against the House (1955). Phil Karlson

Filme: 2/5 (Um filme-heist arruinado pelos inenarráveis comic reliefs do Alvy Moore.)



Romy Schneider. Jane Birkin. La Piscine (1969). Jacques Deray

Filme: 4/5 (Não me pareceu tão magnífico como das outras vezes. À exceção dos últimos 45 minutos, que continuam um modelo conciso e minimal de police procedural. Mas depois li que o Richard Brody não gosta do filme, e pareceu-me bem melhor outra vez.)

Natalie Wood: 29/11/1981 (R.I.P.)
Romy Schneider: 29/05/1982 (R.I.P.)
Grace Kelly: 14/09/1982 (R.I.P.)


Rada Rassimov. Der Leone Have Sept Cabeças (1970). Glauber Rocha

Filme: 4/5 (O cidadão português, no audiovisual norte-americano, e nas raras ocasiões em que aparece ou é mencionado, tem sempre como nomes "Mendonza", "Gutierrez" ou "Salvatore". Profissionalmente ou é empregado de mesa, ou arrumador de carros, ou limpa o lixo na rua. Der Leone Have Sept Cabeças rasga com todas essas convenções desgastadas e trata o português com a dignidade que merece: um vilãozão colonialista que tem como parceiros um amaricano e um alemão ocidental (oriental não, que eram boas pessoas). Um prestigiado lugar de poder, onde até há lugar para a melhor declamação do primeiro canto dos Lusíadas. Assim sim.)

https://www.youtube.com/watch?v=4fVfSysNKoM

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