segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Judy para sempre


Vi há dias, pela primeira vez, o Wizard of Oz. Primeiro há que escrever que sempre pensei que o filme fosse propriedade ditactorial do Selznick, tal como o outro grande "filme do povo" de 1939, esse "ano mágico" na "história do cinema". Este Wizard e o Gone With the Wind sempre se misturaram nos meus precários usos cerebrais, talvez pela componente comum de cada um deles ter vinte e quatro realizadores, vinte e sete editores e uma putinha. Agora, este Wizard: respeitamos, integral e admiravelmente, o profundo amor que milhões de cinéfilos e não-cinéfilos nutrem por este "clássico". Filme que tanto serve de estudo entusiástico para o Salman Rushdie como de deleite para um John Doe qualquer, perdido nas pradarias do Kansas e que tem este como o seu "filme preferido de todos os tempos!"; este blogo é compreensivo para quem viu o filme entre os três e os dez anos ou para quem tem um q.i ao nível do Forrest Gump. Agora, a nossa opinião pouco fundamentada e que tem a sua razão de existir no direito inalienável da liberdade de expressão consagrada na constituição da República Portuguesa: o Wizard of Oz termina por volta dos vinte e cinco minutos, precisamente no fim do movimento de grua que nos dá a conhecer a terra dos anões, aquando da chegada da Judy ao "maravilhoso mundo de Oz". A partir daí é isto que vamos descrever e que pedimos que nos acompanhem: imaginem um gelado de diversos sabores; imaginem que derretem sobre ele dois kilos de açucar e três litros de mel; pensem, agora, na adição de uma tonelada de caramelo, e duzentos kilos de natas; para terminar, cubram tudo com mais sessenta kilos de açucar. Provem. O quê? Ainda não está suficientemente doce? Vamos lá resolver isso: canções que fazem parecer os Caricas do canal Panda como trovadores complexos na arte da escrita; esquematismos de dualidades que até fazem arrepiar a criança dentro de mim: é preciso fazer uma gigantesca regressão mental para aceitar isto. E a cereja: a "mensagem" prevalecente, que muito orgulhoso faria o Estado Novo português. Aliás, muito surpreendidos ficamos pelo Dr. António Ferro não ter feito deste filme um exemplo para os seus propósitos propagandisticos  português qué português tem é de estar na sua casinha e não ambicionar sonhos vãos e despropositados. Portanto, após o tal plano de grua, resta-nos exercitar a mente em imaginar o que tarados sexuais poderão imaginar quando estão a ver o Wizard of Oz apenas vestidos com uma gabardina e meias pretas: Judy Garland de sapatinho vermelho e tanga preta, algo que certamente fará as delícias destes tarados com as suas obsessões doentias; Judy de sapatinho vermelho, rabo empinado, baton vermelho sangue e língua de fora, um conjunto fetichista que só pode provir de mentes esfrangalhadas; Judy a ser penetrada à canzana, com os seus totós a serem puxados com vigor e a ser selvaticamente insultada, um pensamento típico de gente que terá, mais tarde ou mais cedo, a ala psiquiátrica à sua espera; Judy e Shirley Temple a cuspirem na cara uma da outra enquanto o desiquilibrado de serviço vê o Only God Forgives, e aqui já entramos na parafilia de contornos espaciais.Que gabardina mais inconfortável.