O sensual menear de anca da Jean Simmons. A Kathleen Byron a pintar os lábios de vermelho escaldante e a Deborah Kerr (perdão, o Michael Powell, perdão, nós) desejosa de os beijar. A Deborah Kerr a acariciar o rosto da Jean Simmons, gesto constituído por 50% de meiguice e 97% de brasa erótica. A Jean Simmons existe. O infernal policromatismo das flores e plantas a provocarem quenturas no nosso lado feminino. A Deborah Kerr, através de brincos e vestido decotado, subitamente transformada em aristocrática representante de uma aura de apetite carnal. A Jean Simmons ajoelhada perante o Sabu, olhando para certa parte anatómica deste, talvez pensando em efetuar atividade proibida em certos estados norte-americanos. A Kathleen Byron a surgir no beiral de uma porta, louca de olhar ensanguentado, excitada de transe. A Jean Simmons. Podíamos ter escrito tais febris descrições em 1998, mas em 2024 mantém-se perfeitamente atuais. Tal como há vinte e seis anos, a nossa virtude e castidade foi novamente abalada por tão graves e prazerosas visões. Os réus perante tamanha prevaricação: Michael Powell, Emeric Pressburger, Jack Cardiff e Alfred Junge. Black Narcissus (1947). Michael Powell & Emeric Pressburger
Filme: 5/5 (Criterion #93)
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1.Mulholland Drive: um local cinematograficamente amaldiçoado. 2.Terence Stamp: um rosto na multidão. 3.Unknown beautiful young girl. 4."This is the girl". Em apenas dois filmes separados por escassos dois anos, a Melissa George deixou impressa para sempre a sua marca na "magia do cinema". Tanto a sua Jennifer em The Limey como a sua Camilla Rhodes em Mulholland Drive são presenças elusivas, fantasmagóricas, oníricas e que provavelmente nem sequer existem (não existem mesmo, são criações dos seus autores. Queremos escrever "provavelmente nem sequer existem no interior dos filmes".). Melissa, o teu trabalho está feito. Vai descansar para as belas praias australianas. 5.Michaela Gallo, a cutie. 6.Escolhemos o exato momento em que a composição alcançasse a sua mais perfeita e harmoniosa simetria. 7.The Astral House. 8.Amelia Heinle, so beautiful. 9.Naturezas mortas numa antiquíssima arte chamada "composição". 10.Lesley Ann Warren (💓). 11.Terence Stamp sabe que está num Noir, logo fuma. 12.Peter Fonda elucida-nos sobre os anos 60. Particularmente sobre a segunda metade dos anos 60. Em específico, a segunda metade de 1967 e os inícios de 1968 em terrenos californianos. 13.Memorabilia cinematográfica. 14.Bill Duke: um daqueles atores que será sempre inesquecível em qualquer filme, mesmo que a sua presença se resuma a um cameo de um segundo. 15.Barry Newman (R.I.P.) e Peter Fonda na melhor cena de The Limey. Enfardam amendoins ou pistácios enquanto esperam que o filme recomece. The Limey (1999). Steven Soderbergh
Filme: 3/5 (100 melhores Film Noirs de todos os tempos para a Paste Magazine. Número 62.)
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1.Procura-se trabalho gráfico nos títalos dos filmes amaricanos dos dias de hoje. 2.Thomas Mitchell: é um filme de Ford, sim senhor. 3.Thomas Mitchell como doutor bêbado & Jerome Cowan. 4.Jon Hall & Dorothy Lamour como o bonito casalinho de caucasianos que tentará preservar a integridade social e espiritual da ilha de uma minoria étnica. 5.Mergulhávamos naquele fartar vilanagem. 6.Bert Glennon, DP. 7.Dorothy Lamour, so beautiful. 8.E assim sucessivamente. 9.E também a Mary Astor, quatro anos antes de ser a criminosa gambuzina no The Maltese Falcon. 10.Ofensa racial. Apropriação cultural. 11.Raymond Massey, fineza de carácter. A Lei acima de tudo e todos. Até surgirem os nobres sentimentos a pregarem partidas. 12.John Carradine, sinistro. 13.C. Aubrey Smith & um menino: A Boy and a Priest. 14.Não há salvação possível perante os efeitos especiais empregues no último quarto de hora do filme. The Hurricane (1937). John Ford
Filme: 2/5 (Tentativa de fazer uma integral John Ford, por ordem cronológica, e tendo como fonte a Wikipedia. Versão "funcionalismo público" das duas versões do Tabu (tanto da colossal obra-prima portuguesa de 2011, como do bastante menor filme homónimo de 1931 realizado por Murnau.). John bebeu tintos, tilintou as moedas, e partiu para outra. Estava a aproximar-se o período da Glória Suprema.)
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1.O Mestre. 2.James Wong Howe, DP. 3.Minna Gombell. 4.Natalie Moorhead. 5.Procuram-se planos de insert no cinema "de género" americano contemporâneo. 6.Asta. 7.Myrna Loy, so beautiful. 8.E assim sucessivamente. 9.Natal dos Hospitais. 10.Imprensa Livre, Independente, Controlada por um Aglomerado Empresarial Que faz do Lucro o seu Motivo de Vida. 11.James Wong Howe, DP. 12.Maureen O'Sullivan, so beautiful. 13."O culpado é o mordomo". The Thin Man (1934). W. S. Van Dyke
Filme: 4/5 (É do conhecimento geral que um casamento perfeito é uma contradição em termos. Se é perfeito, não é um casamento, e se é casamento, não é perfeito. "Casamento perfeito" é uma instituição do reino da maravilhosa mente humana, da Terra da Imaginação, onde proliferam fadas, príncipes, unicórnios, o El Dorado, a chegada á última etapa do Comunismo, o Pinto da Costa ainda saber em que ano está, o caviar ser uma iguaria apetitosa e por aí se vai. Exatamente por ser uma organização fundada nos aposentos dos delírios humanos, é que teve de ser num filme do cinema que a expressão "Casamento perfeito" conseguiu fazer um perfeito sentido e uma natural lógica. Falamos, evidentemente, da relação e do casamento entre Nick Charles (William Powell) & Nora Charles (Myrna Loy). Como dizia o camarada Fausto na sua obra-prima Por Este Rio Acima, "Lembra-me um sonho lindo": ambos burgueses refastelados na rica herança dos pais de Nora, a viverem como nababos numa casa gigantesca sempre impecavelmente brilhante e opulentamente recheada de gente em contínuas festas, e sempre, mas sempre, bêbados como um cacho. Mas atenção, as bebedeiras deste casal não se assemelham ás rústicas bebedeiras de um casal que vive do RSI numa cabana feita de madeira roubada numa obra embargada; não, é uma bebedeira elitista, de ininterrupto mas sóbrio estádio ébrio, de cambiantes etílicas muito ricas em elegância e saber estar. William Powell, então, parece um Sansão do tinto, já que parece perder forças e ficar irreconhecível quando não está nas suas quatro quintas da borracheira. E nada disto perturba a deliciosa relação entre os dois amantes, que se vão divertindo mutuamente com apartes, subtis larachas pecaminosas, e beijinhos disseminados por aqui e por acolá. Não há ciúmes, nem invejas, nem recriminações por uma das meias estar perdida no meio da cozinha em vez de estar na máquina de lavar, não há mesmo nada dessas criminosas questões que podem diminuir a alegria que é viver em casal. Além disso, ajuizados e portadores do mais singelo senso comum, William e Myrna dormem em camas separadas, ainda que na mesma divisão, não vá o caso de durante a noite ambos acordarem para...irem á cozinha emborcarem o que resta do whisky. Mas que espanto de visão. O primor do sagrado matrimónio existe, e eu tenho provas: encontra-se na série de filmes Thin Man, realizada em Hollywood entre 1934 e 1947. Ah sim, também há uma série de crimes que o William Powell, a Myrna Loy e a cadela Asta têm de resolver. Vamos ouvir camarada Fausto.)
A partir do segundo filme e até ao sexto e último, duas recorrências: o completo mapear de situações, histórias e personagens reconhecíveis de filme para filme (nós, fãs, queremos a confortabilidade do costume á novidade do incerto) e a contínua diminuição de álcool ingerido pelo casal, sobretudo por William Powell, que no último filme já parece um hóme que nunca tocou numa gota de tinto. Este segundo filme tem a particularidade de ter no seu elenco um bem jovem Jimmy Stewart. After The Thin Man (1936). W. S. Van Dyke
Filme: 3/5
Nem o mastodôntico consumo de álcool nem a gravidez e posterior nascença do filho conseguem abalar o perfeito estado de forma física das nossas duas estrelas, o que contradiz maldosos médicos e celibatários invejosos. Another Thin Man (1939). W. S. Van Dyke
Filme: 3/5
Além dos habituais prazeres, no quarto filme temos o doce suplemento da companhia da lindíssima Joan Leslie. Shadow of the Thin Man (1941). W. S. Van Dyke
Filme: 3/5
O filme dos açoites com o jornal do William Powell no rabiosque da Myrna Loy. À frente dos pais da personagem dela. Que sorriem, divertidos. E ela a seguir faz birra, como uma menina de oito anos, perante a risada geral. Só os solitários punheteiros é que desconhecem os encantos de um casamento feliz. O Karl Freund como DP e mais uma femme fatale atraente. The Thin Man Goes Home (1945). Richard Thorpe
Filme: 2/5
Fim de festa, no talvez mais "negro" filme da sére. Que foi mais um capítulo na escalada da Gloria Grahame (💓 *7389864) até à categoria Lista A a que chegaria nos anos cinquenta. Um petiz Dean Stockwell (R.I.P.) é o filho do casal Charles, e coube-lhe a ele, desta vez, o privilégio de levar no rabinho com vergastadas de papel de jornal, numa cena que fará vomitar os conas de sabão dos safe spaces escolares. Song of the Thin Man (1947). Edward Buzzell
Filme: 3/5
Make Me Psychic (1978). Sally Cruikshank
Filme: 3/5 (O mundo era pior em 2004. Não havia You Tube.)
SECÇÃO CULTURA, CONHECIMENTO, EROTICA, PERVERSÕES & DIVERSÕES
CLIPES MUSICALES
Rihanna. Umbrella (2007). Chris Applebaum
Filme: 5/5 (Dizer assim na Cinemateca, de mão esticada na vertical a tapar a boca de lado, baixinho, ao ouvido de um hóme das letras: O vídeo "Umbrella" com a Rihanna é superior aos musicais do Demy... e depois começar a fugir.)
SÉRES
1.Jarred Harris como Rei George VI, pai de Sua Majestade Rainha Elizabeth II. 2.Alex Jennings como David, ex-Rei Edward VIII, irmão de Rei George VI, tio de Sua Majestade Rainha Elizabeth II, e que abdicou porque cogitou que partilhar cama com uma senhora americana divorciada era preferível aos frios aposentos reais de Buckingham. The Crown: Season 01, Episode 05 (2016). Philip Martin
REFLEXÕES PROFUNDAS SOBRE ASSUNTOS DA VIDA PÚBLICA
A nossa ponderada reflexão política sobre as eleições regionais nos Açores:
a Ana Lourenço está como os melhores vinhos do Douro.
Nem sequer a comida era melhor na Idade Média. Pelo menos na Europa. Ainda nem especiarias havia. Por isso, só os apreciadores da comida pouco condimentada é que podem fazer revisionismo histórico e demolirem com ataques soezes os inolvidáveis Descobrimentos Europeus.
CERVEJAS DO MUNDO
México. Pacifico Clara.
COMIDAS DO MUNDO
Eslováquia. Demikát.
BRINCA BRINCANDO
E O TEMPO PASSA
COUSAS AMARELAS E PRETAS
MELHORES JOGADORES DA BOLA DE TODOS OS TEMPOS
Marco Van Basten
MELHORES ÁLBUNS MUSICAIS DE TODOS OS TEMPOS 1962-2008
The Associates. The Affectionate Punch (1980).
GRANDE DICIONÁRIO DA CULTURA POPULAR
Em 1931, o cineasta norte-americano King Vidor (marxista subversivo durante os dias úteis, convicto fascista aos fins de semana) realizou The Champ.
Steve Vai é um dos mais célebres guitarristas pop/rock de todos os tempos. Notórios ficaram os seus longuíssimos solos, sendo que um deles, reza a lenda folclórica, teve início nos arrabaldes de Lisboa durante o cerco de 1384 e apenas terminou já estavam as tropas francesas de Junot às portas da mesma cidade, em Novembro de 1807.
Jacques Demy. Catherine Deneuve. França. Alemanha Ocidental. 1964. Les parapluies de Cherbourg.
Death by Hanging é a tradução inglesa de Kôshikei, filme japonês da autoria dos olhos, mente, mãos e restantes órgãos vitais de Nagisa Ôshima. Ano Cristão da sua produção: 1968.
DEUS EXISTE- TEMOS PROVAS!
É EVIDENTE QUE LUTAREMOS ETERNAMENTE POR UM MUNDO MAIS INCLUSIVO
Kate Rina & Polina Gulyaeva
BELEZAS NATURAIS DO PLANETA TERRA
Shu Qi
Melissa George
LANÇAMOS, DE CATAPULTA, BOLAS DE FOGO CONTRA OS INSTIGADORES DAS FALSIDADES AI E LOUVAMOS A EXCELSA E GENUÍNA GRAÇA FEMININA
BIKINI ATOLL
OS ANOS EISENHOWER
EROTIC DREAMZZZ
AGORA QUE O MAX HARDCORE FALECEU, RELEMBREMOS A SUA ARTE
Claudia (from Colombia). Daqui a munto ano, serão várias as capelinhas de estudiosos da arte, semióticos, críticos cinematográficos, sociólogos e curadores a investigar o arrebatado e emotivo uso da Cor nos filmes de Max. "Já não se fazia nada assim desde o Sirk!".
SABEREMOS QUE A CIVILIZAÇÃO ESTÁRÁ A DAR OS ÚLTIMOS ACORDES QUANDO AS SAIAS COLEGIAIS FOREM BANIDAS NO JAPÃO. É COMO BANIREM OS PASTÉIS DE TENTÚGAL EM TENTÚGAL.
TEMPLO DE ORAÇÕES (ABERTO E SAGRADO A TODAS AS RELIGIÕES, 24 HORAS POR DIA) À DEUSA JOAN LESLIE
TEMPLO DE ORAÇÕES (ABERTO E SAGRADO A TODAS AS RELIGIÕES, 24 HORAS POR DIA) À DEUSA ELEONORA ROSSI DRAGO
TEMPLO DE ORAÇÕES (ABERTO E SAGRADO A TODAS AS RELIGIÕES, 24 HORAS POR DIA) À DEUSA JOEY KING
FOTOS VISTAS POR AÍ
JOSÉ VILHENA CARTOONS
JOSÉ VILHENA TEXTOS
O casamento
O CERIMONIAL- A noiva é a última a aparecer. Os convidados estão reunidos há mais de duas horas contando histórias picantes sobre a sua vida de solteira e dizendo pequenas blasfémias in mente porque se sentem aperreados, dentro dos fraques que alugaram. Então surge a noiva (e tudo fica boquiaberto) elegante, graciosa, vaporosa, diáfana, com esse tal ar de candura e pureza (Ai a Micas! Quem a viu e quem a vê!!). No automóvel que a leva à igreja, a noiva é acompanhada por sua mãe que lhe dá os últimos conselhos. Esses conselhos estão fora do âmbito deste livro, mas podem ser encontrados em qualquer manual de higiene. Ao som da marcha nupcial de Mendelssohn ou da marcha fúnebre de Chopin, a noiva entra finalmente na igreja. E digo finalmente porque isto foi conseguido à custa de muito esforço, muita dissimulação, muito fingimento, muito conluio entre ela e a senhora mãe. Mas agora...ah! agora só um grande azar poderia desfazer aquela maquinação de tantos anos. Só algo inesperado poderia levar aquele papalvo que vem ali atrás a fugir no momento soberano. Não. Não fugirá. Esteja descansada Mariazinha. Há perto de duzentos convidados com o olho em cima dele. Nenhum deles quer perder aquele espectáculo gratuito. Qualquer lhe deitava a mão, se ele tentasse escapar.
(continua)
José Vilhena, Manual de Etiqueta, 1959.
Editora: E-Primatur.
1º edição, Maio de 2017.
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