segunda-feira, 12 de julho de 2021

Euro 2020 (Final). Copa América 2021 (Final).

 


Foi um dos melhores Euros de que há memória (“no meu tempo é que se jogava à bola...”), e se o campeão não foi a melhor selecçao, foi então a equipa que desde o jogo númaro um se viu respaldada por uma aura de indestrutibilidade que teve como episódio final a vitória nos territórios do inimigo do futebol. Os italianos ficaram atarantados com o golo dos ingleses marcado ao som das galinhas, e na primeira parte foram incapazes de perturbar toda aquele bando de trogloditas. Na segunda parte apareceu o festival de jogo miudinho e de-repente-estica dos transalpinos, deixando os hooligans em apuros, sem saber o que fazer (“a Inglaterra é superior aos italianos em todas as posições e a nivel colectivo”, lemos durante os dias precedentes. Qual o preço do barril de litro?), parecendo ovelhas sem dono. Depois do natural empate, continuaram os alpinos a fazer em campo o que bem entendiam, para grande desespero dos milhões de litros de cerveja que se espalhavam pelas bancadas. Os ingleses, até ao fim dos 120 minutos, tentaram apenas as suas jogadas predilectas: ganhar livres para ver se o bisonte Maguire marcaria golo, e meter a bola no Sterling para este se fazer ao penalty. Nos penaltys, Donnarumma e a azelhice de caganeira dos jogadores ingleses fizeram o resto, salvando o futebol do seu fim prematuro. Resta à selecção inglesa esperar que alguma competição volte a decorrer em terras de sua múmia, para ver se assim tem alguma hipótese de vencer o que quer que seja. Tudo acabou bem.


Se há jogo que eu sei, à priori, que irei apreciar é um Brasil-Argentina. E, uma vez mais, não me desiludi. Houve alguns momentos em que temi o pior e as minhas expectativas ficarem defraudadas (o golo do Di Maria, algumas jogadas apoiadas e escorreitas dos argentinos, dez segundos consecutivos sem entradas assassinas), mas, felizmente, durante 95% do tempo de jogo aconteceu um belíssimo festival de pancadaria, cotoveladas, chapadas e insultos. Para ajudar à festa, o relvado do Maracanã parecia um sintético dos anos noventa, com a bola a saltitar constantemente; uma verdadeira cúmplice da festa de combate que se desenrolou no Rio de Janeiro. Acabado o jogo, continuou a película melodramática, com montagem alternada entre Messi a ser vitoriado por qualquer habitante argentino e as lágrimas de show business protagonizadas por Neymar, bastante ciente das regras da “sociedade do espectáculo”. Tudo acabou com o Messi a levantar uma taça quase do seu tamanho.



Onze do Euro 2020:


Gianluigi Donnarumma


Joakim Maehle


Simon Kjaer


Giorgio Chiellini


Leonardo Spinazzola


Jorginho


Marco Verrati


Pedri


Federico Chiesa


Lorenzo Insigne


Harry Kane

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