segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
But the euphoria soon passed
Vou ver o Falstaff e aí aos dez minutos apercebo-me que não estou a ver nada, penso em sair da sala, mas deixo-me ficar. Volto a olhar para o relógio e vamos em meia hora, penso que se sair da sala, não vou ter nada para fazer de qualquer maneira. Decido outra vez ficar e tentar concentrar-me um bocado no filme. Noto que a cópia é deslumbrante. A fotografia preto e branco também, Welles touch, os ângulos, os enquadramentos, as sombras. Isto é capaz de ser um grande filme e eu a cinco metros da tela a perdê-lo. A cabeça volta a divagar. Olha, a Jeanne Moreau. O Welles cabotino como gostamos. Ah, vem aí a batalha de que se fala; e começa com uns enquadramentos meio soviéticos, de facto. Confere, portanto. O filme acaba. Vou ter que me esquecer dele por completo para o ver pela primeira vez, é uma pena. Numa noite destas, há uns tempos, não se ia à Cinemateca; ia-se ao King ver uma merda qualquer, exigindo menos, dando menos também, claro. Mas sentia-me aconchegado, não me perguntem, era assim e pronto. Deixei passar o primeiro aniversário do seu encerramento. Foi no passado dia 24 de Novembro.