segunda-feira, 3 de junho de 2013
O dia em que Napalm caiu (ii)
A propósito do post "O dia em que Napalm caiu" importa relembrar que a História da Bebedeira não surgiu a semana passada, em qualquer um desses reality shows televisivos. Em boa verdade, essa História é - hélas - tão velha quanto a própria humanidade. Propomos um pequeno exercício, o de comparar vivências como as de Charles Bukowski, Garrincha ou Franklin Pierce às de dois jovens, supostamente muito rebeldes, e agora em voga. A saber: Daniel Pereira e Capitão Napalm. Sobre a obra de Pereira já várias vezes referimos o seu carácter inócuo, alguém que salta de bebida em bebida como se de um vulgar videojogo se tratasse. Pena é que alguém com um passado bem mais denso e interessante, e que na sua obra tem criado narrativas nos antípodas dos simplismos das telenovelas, Napalm, siga agora os caminhos de Pereira e... com piores resultados. Não deixa de ser paradoxal, ou até sintomático, que na cópia a que Napalm se propõe, obtém - hélas - piores resultados que Pereira. Neste sentido, estamos perante uma fulcral questão: que bebedos surgirão com o contínuo apagamento do álcool face aos Big Brothers das nossas televisões? Ou ainda: no futuro teremos sequer bebedos? No limite, teremos apenas indivíduos como Napalm, cuja gravidade, em tempos tão profunda, é hoje uma... falta de gravidade, que o leva a cair, literalmente, em desgraça.