segunda-feira, 16 de maio de 2022

Frames (3) + Zé Vilhena.


Polina Skylar-Otava. Zvenigora (1927). Oleksandr Dovzhenko

Filme: 4/5 (Em 1935, o Dovzhenko foi chamado ao Kremlin pelo serial killer que na altura "governava" a URSS. No seu tom bonacheirão de "pai dos povos", o açougueiro disse assim: "Meu querido amigo Aleksandr, sabe aquele projeto de que lhe falei sobre o grandioso patriota comunista ucraniano Nikolay Shchors? Pois, então é assim: não tenha urgência em trabalhar nele. Pode dedicar-se ao que bem entender até sentir que está pronto para esse filme que a mim será muito caro. Não se sinta pressionado. Sabe que tanto você, como todas as outras pessoas que estão nesta sala como as que estão fora dela são seres livres e omniscientes (risos abafados ecoam pela sala). Portanto, vá lá à sua vida, e venha de lá esse grande abraço". E o Oleksandr lá foi à sua vida, começando imediatamente a trabalhar no projeto Shchors.)


Jovem ucraniana é assediada sexualmente por um oficial da polícia russa-czarista. Tempos distantes, felizmente terminados. Arsenal (1929). Oleksandr Dovzhenko

Filme: 4/5


Yuliya Solntseva. Zemlya (1930). Oleksandr Dovzhenko

Filme: 5/5



1.Enfermeira demonstrando o acolhimento médico que podemos esperar na separatista República Popular de Donetsk. 2.Irina Plesnyayeva. Donbass (2018). Sergey Loznitsa

Filme: 4/5 (Há pessoas com tanta maldade no coração e de vistas políticas tão curtas, que nem conseguem, devido ao seu visceral ódio, enxergar o que o inovador Vladimir Putin conseguiu, a saber: juntar várias correntes políticas num só credo de propaganda russófona (mais ou menos dissimulada). De Lula a Bolsonaro, de Miguel Tiago à Fox News, de Raquel Varela a Laura Ingraham, de Miguel Sousa Tavares a um esfregão, é toda uma aventura unionista em torno dos propósitos da "operação militar especial" que merece o nosso aplauso e louvor.)


Ao frio e provavelmente na miséria, muninas soviéticas assistem ao cortejo fúnebre do serial killer (antes de irem com as mães para a fila do pão). À mesma hora, muninas norte-americanas ou dormem, ou estão na escola, ou a brincar com bonecas (na altura ainda podiam) ou a assistir ao Winky Dink and You na TV. State Funeral (2019). Sergey Loznitsa

Filme: 3/5


Beatrice Vitoldi, a escassos segundos de entrar para a história. Bronesonets Potemkin (1925). Sergei Eisenstein

Filme: 5/5 (Aguenta, Odessa.)


Nicolau II beija a doce Anastasia. Época feliz. Russkiy kovcheg (2002). Aleksandr Sokurov

Filme: 5/5 (Herr Minister Goebbels, entusiasta febril do Potemkin, afirmou que o filme do Eisenstein era tão poderoso e explosivo que qualquer pessoa que não tivesse ideias políticas formadas tornar-se-ia imediatamente bolchevique se por acaso visse o filme. Ora, se uma pessoa não possuir já bastantes e corretas certezas ideológicas sobre o universo planetário em que vive (isto é, o imperialismo norte-americano é bom, mas o russo é mau, o capitalismo neo-liberal é a maior invenção da humanidade mas o capitalismo estatal é um fabrico das profundezas do inferno, o cuzinho da Jessica Alba é excecional mas o da Sasha Luss é apenas muito bom) então também é bastante possível que este luxuriante plano-sequência de hora e meia pelas glórias e ruínas do Império russo no Hermitage também a transforme numa russófona ainda mais exaltada do que a camarada Paula Santos.)


Duas jovens copistas no Louvre. Mise en abyme de que ainda não consegui encontrar o nome. Francofonia (2015). Aleksandr Sokurov. 

Filme: 4/5






1.Bibi Andersson. 2.Inga Landgré. 3.Gunnel Lindbom. 4.Maud Hansson. 5.Inga Gill. Det sjunde inseglet (1957). Ingmar Bergman 

Filme: 4/5 (Criterion #11. Inga Landgré, a única pessoa da dança final que ainda não perdeu a partida de xadrez.)


Sanna Marin, Primeira Ministra da Finlândia.

Uma perigosa neo-nazi, que através da sua maliciosa e reaccionária beleza, conseguiu, juntamente com o neo-nazi seu Presidente da República, induzir o povo finlandês a abandonar a sua histórica e neutral ponderação por uma declaração de guerra ao povo irmão da Rússia. À atenção dos camaradas Manuel Loff e Carmo Afonso.

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