sábado, 25 de outubro de 2014
É fácil voltarmos ao cinema clássico americano depois de ver o "Gone Girl", de David Fincher. Voltarmos a filmes como "Leave Her to Heaven", "Where the Sidewalk Ends", "Ace in the Hole", pensar muito em Wilder ou Lang. Para nos apercebermos que, pensando bem, não há um momento em "Gone Girl" que nos incomode verdadeiramente, como, pelo contrário, acontecia com esses filmes e cineastas. Fincher parece mesmo mais preocupado com o seu próprio cinema, a sua máquina, pôr as coisas a andar à sua maneira. Imaginamos que ele devia ter ficado com aquela primeira parte do filme, mas mesmo aí questionamos imenso a sua narração. E lá voltamos outra vez aos clássicos americanos; como é que começaria um filme destes à época? Provavelmente, com um plano e/ou uma voz off que nos dissesse logo tudo sobre as consequências das acções, nada escondendo. Aí sim, imagino, começaria um filme interessante.