Uma das mais belas imagens do ano, e não necessariamente apenas as cinematográficas. Tão bela que será cabeça de cartaz no nosso cabeçalho até ao próximo Domingo, altura em que regressará o gosto do sak..., perdão, da cerveja. Que em G.I. Joe: Retaliation Londres seja a única cidade vítima de um ataque nuclear só demonstra o inatacável bom gosto dos produtores. Que, no final do filme, o mundo se esteja epicamente a marimbar para o colapso da capital inglesa, vem reforçar a sublime consciência dos produtores. Que o míssil que desce dos céus rebente precisamente em cima da "zona turística", alegra-nos o coração e dá-nos vontade de distribuir milhares de beijinhos pelos produtores e produtoras. Mas como nem tudo é perfeito, o sentido de timing do rebentamento deveria ter sido alterado para, hum, sei lá ,hum...talvez para Segunda-feira passada aí pelas vinte horas e pouco, quando os meus olhos viram, em directo, o caçador Tavares ser interrompido pela Clara de Sousa para anunciar, em directo e com muita fanfarra, o nascimento de um filho de uma puta qualquer de uma família qualquer de parasitas. Como teria sido bonito e digno, enfim, de também um directo da Clara de Sousa. E com muita fanfarra. Quanto ao filme, na categoria "dois quilos de tremoços, um litro e meio de cerveja, arrotos, e tirar macacos do nariz"- pomposamente rebaptizada, nos EUA, por "vulgar auteurism"- cumpre perfeitamente os seus desígnios: entreter sem consequências e esquecer logo de seguida. À excepção de um plano, claro.