O mundo está justamente chocado com a destruição ordenada pelos bandidos
do Estado Islâmico: cidades da Mesopotâmia destruídas, ameaças sobre as
pirâmides do Egito, muralhas e estátuas do Médio Oriente reduzidas a
pó. Há antecedentes próximos. Durante a Revolução Cultural dos anos 60, o
regime de Mao destruiu a quase totalidade dos símbolos da grande
cultura chinesa. Dos 2700 templos do Tibete ficaram apenas 78, sem falar
dos pagodes de Pequim, das igrejas de Sichuan, das estátuas milenares,
das tabuletas de velhas lojas de Xangai, das bibliotecas que os Guardas
Vermelhos incendiaram ou dos escritores e músicos presos ou levados ao
suicídio. Na altura, Sartre, que já justificara o silenciamento de
Pasternak na URSS, achou que a China vivia “a verdadeira revolução”
(Chomsky secundava-o) que triunfava sobre o passado e criava um “novo
homem”. Isto não mudou muito.
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