terça-feira, 23 de janeiro de 2018
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
Assédio Cinematográfico, uma malaise dos tempos actuais. #Time's up.
- Boa noite.
- Boa noite.
- Posso-me sentar?
- Pode.
- Boa noite.
- Posso-me sentar?
- Pode.
- E fodê-la, posso?
- Estava a ver que não perguntava.
- Vou chupar-lhe e beijar-lhe muito as mamas. E morder os bicos também. Até fazer sangue.
- Nem eu quereria de outra forma. Vejo que já estabelecemos uma ligação.
- E agora vou colocar a mão sobre o seu joelho.
- Só no joelho?
- E depois vou subir.
- Assim está muito melhor.
- Já estou muito excitado. Ainda lhe faço uma proposta um tanto ou quanto arriscada, sobretudo neste contexto social em que vivemos.
- Não tenha receio. Avance.
- Estou com medo da sua resposta.
- Siga, siga, com a sua mão e a sua pergunta.
- Bom, sendo assim...Quer ir ao cinema comigo ver o novo filme do...Alexander Payne?
- Seu grandessissimo filho da puta! Estava tudo a correr tão bem!
- Eu sabia...
- Então se sabia porque me assediou?
- Não fique assim...
- Fico ainda pior. O senhor vai ser denunciado.
- Tenho mulher e duas filhas...tenha dó da minha pessoa.
- Devia ter pensado nelas antes de me assediar. Homens, sempre com a mesma merda de pensamentos!
#metoofuivítimadeassédiocinematográfico.
domingo, 21 de janeiro de 2018
sábado, 20 de janeiro de 2018
Separar a obra do criador.
Não é pelo facto da Rebecca Hall e a Mira Sorvino seram umas parvinhas que vamos deixar de gostar do Vicky Cristina Barcelona e do Mighty Aphrodite. Muito menos não será por aí que não as foderíamos com grande valentia (se conseguíssemos, o que duvidamos). Portanto, há que separar muito bem as águas: uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.
Como diria o Newman no Seinfeld, beauty and brains.
Duas análises perfeitamente legítimas a "Seventh Heaven", de Frank Borzage.
Feminista-Marxista radical:
Hollywood, desde os seus primórdios, e
de formas mais visiveis ou mais insidiosas, tem influenciado e
perpetuado, através da “magia das imagens”, a ideologia do
patriarcado dominante e de um completo desequilibrio de forças nas
relações de poder entre os géneros. Como forma de exemplo,
analisemos um filme mudo de 1927, Seventh Heaven, realizado por Frank
Borzage. Com a acção situada numa Paris de cartolina pré- Primeira
Guerra Mundial, conta-se a estória de uma relação amorosa entre
uma prostituta e um limpador de esgotos- um dos mais belos sítios
onde um homem pode viver. A prostituta vive com a irmã (igualmente
prostituta) num miserável casebre no mais miserável quarteirão da
capital francesa. Essa irmã, além de apreciadora de vinhaça e
absinto, é portadora de muitos maus fígados (no pun intended),
dando regularmente autênticos festivais de pancada na sua
desprotegida e fraca companheira de casa. Por aqui logo se vê o modo
como Borzage e restantes responsáveis pela produção do filme
abordam o género feminino: ou as mulheres são umas bêbadas
agressivas ou são umas incapazes de se defenderem dos desmandos
alheios. A meias tantas, entra em campo o elemento masculino, o tal
trabalhador nos esgotos. Alto, bonitão, forte, empreendedor e
portador de uma inabalável confiança; até a despoluir merda, o
heteropatriarcado projecta-se com os mais altos valores da clássica
beleza grega. Acontecimentos difusos levam a que frágil prostituta e
arrogante asseador de trampa vão viver juntos na casa dele. É a
partir daqui que os intentos machistas do violador Borzage começam a
tecer os fios da sua nojenta doutrina. A prostituta, angelical e
ingénua, apaixona-se pelo ensaboador de dejectos, o que já de si é
um acto repugnante, mas ainda pior é por aquele mostrar-lhe uma
grande indiferença. Dominada por impulsos grotescos que foram
lavrados ao longo dos séculos por poetas, cantigas de amigo e de
amor e de romanescos, a prostituta tenta ganhar o coração (negro
como carvão) do desencardidor de fezes: tratando-lhe da roupa,
fazendo-lhe um voluptuoso pequeno-almoço, cortando-lhe o cabelo,
enfim, através da horripilante domesticidade submissa a que nós,
mulheres, fomos submetidas durante milénios. Entretanto, o marialva,
notando a cobardia da prostituta, diz-lhe para nunca ter medo, para
olhar sempre para cima, porque ele, como representante do inenarrável
género, “nunca tem medo e olha sempre para cima”. E então a
prostituta, outrora débil e psicologicamente adoentada, torna-se,
através dos incentivos masculinos, um poço de força e resiliência,
bem manifesto quando decide vingar-se na sua irmã alcoólatra com o
mesmo chicote com que esta lhe esfregava a pele (um momento que muito
gozo deve ter dado ao lambedor de beiços Borzage). Temos, portanto,
uma mulher que só se consegue libertar dos seus medos através dos
encorajamentos masculinos, e não por uma auto-afirmação alheia a
instigações do macaco com quem vive. Infelizmente, esse cortar das
correntes que a agrilhoavam não é suficiente para ela também se
libertar do aprisionamento de amor ilusório que sente pelo
transgressor. Concluindo, Seventh Heaven pode até advogar uma ideia
de mulher forte e corajosa, desde que tal não a impeça de continuar
subjugada ao controlo masculino.
Um ser humano:
Obra-prima.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Lição de vida:
Não ler um artigo de opinião da Alexandra Lucas Coelho logo após o jantar e no intervalo de um jogo onde o FCP, além de estar a perder, está a jogar ponta de corno.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Entretanto, no planeta alucinado onde esta gente vive:
More and more feminists are now ditching those pink, anti-Trump
“pussyhats” on the grounds that they’re actually racist and transphobic.
According to an article in the Detroit Free Press, many activists have
concerns that the hat “excludes and is offensive to transgender women
and gender nonbinary people who don’t have typical female genitalia and
to women of color because their genitals are more likely to be brown
than pink.”
Read more at: http://www.nationalreview.com/article/455377/pussyhats-racist-transphobic-feminists-say
Read more at: http://www.nationalreview.com/article/455377/pussyhats-racist-transphobic-feminists-say
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
Mais assédio.
Fazer uma double bill com a última chinfrineira dos Safdie e o Dunkirk deveria originar justíssimas acusações de "assédio sensorial".
Hans Zimmer: há muito que deves os teus costados na prisa.
Depois de assediar, perseguir, importunar e agarrar Bulle Ogier durante quarenta minutos, Michel Piccoli convida Bulle Ogier para o mais belo jantar silencioso da "história do cinema".
Não há como os cineastas portugueses para filmar esplêndidas sequências de comida. Consultar filmografia completa de Monteiro e a de alguns gajos que andam por aí a fazer filmes a fundo perdido.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
sábado, 6 de janeiro de 2018
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
Subscrever:
Mensagens (Atom)